Educação.
Ensinando com Projetos
Professora Bianca Della Nina
Aula 1 – Introdução ao Projeto Didático
APRESENTAÇÃO
O que é um projeto
didático? para que serve? como
elaborá-lo? por onde começo? Essas são algumas perguntas feitas pelo professor
quando se lhe propõem um projeto como
recurso didático..
Para começo de conversa,
um projeto se constitui em um trabalho
no sentido de resolver um problema, explorar uma ideia ou construir um produto
que se tenha planejado ou imaginado.
O
projeto didático promove o estabelecimento de estratégias de organização e
distribuição de tarefas entre os alunos, bem como de administração de espaço e tempo, em função das etapas previstas para o
desenvolvimento do projeto, estimula os alunos a fazer escolhas e
comprometer-se com suas escolhas, assumindo responsabilidades e possibilita a
realização de um trabalho coletivo e interdisciplinar.
Assim,
vamos a partir desta aula e nas quatro subsequentes, identificar as etapas de um projeto didático e começar a pensar em
termos de pesquisador.
Mãos à
obra.
OBJETIVOS
DESTA AULA
Ø Identificar as etapas de um projeto didático;
Ø Mostrar a importância do problema e das hipóteses no
processo de pesquisa;
Ø Identificar parâmetros à formulação do problema de
pesquisa;
Ø Identificar parâmetros à formulação de hipóteses.
SAIBA
MAIS
GIL,
A.C. Como elaborar projetos de pesquisa.
4.ed. São Paulo: Atlas, 2004.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos
de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1993-
REFERÊNCIAS:
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social.
São Paulo: Atlas, 1999.
KERLINGER, Fred
N. Metodologia da pesquisa em ciências sociais: um tratamento
conceitual. São Paulo: EPU, 1980.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do
trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1991.
LEITE, Lúcia Helena
Alvarez. Pedagogia de Projetos:
intervenção no presente. Revista Presença Pedagógica, v. 2, n 08. Belo
Horizonte: Dimensão, Mar./Abr., 1998.
NERY, A. Modalidades Organizativas do Trabalho
pedagógico. Brasília: MEC, 2007
RUDIO, Franz Victor.
Introdução ao projeto de pesquisa
científica. 31.ed. Petrópolis: Vozes, 2003.
SILVA, Edna Lúcia da
Silva e MENEZES, Estera Muszhat. Metodologia
da pesquisa e elaboração de dissertação. Universidade Federal de Santa
Catarina. Florianópolis, 2001.
https://osmurosdaescola.wordpress.com/2011/07/06/multi-pluri-trans-inter-mas-o-que-e-tudo-isso/
ATIVIDADES
Leia
e responda:
1.
Qual
é a justificativa para se implantar este projeto?
2.
Qual
o prazo de execução deste projeto?
3.
Qual
é a finalidade da empresa para implantação deste projeto?
Desenvolvimento e lançamento de uma nova bicicleta
A busca por
qualidade de vida faz com que cada vez mais as pessoas se preocupem com a saúde
física e mental, praticando esportes diversos. No Brasil, o ciclismo aparece
como um dos principais esportes e hoje conta com o apoio do governo de diversos
Estados que vêm investindo na construção de ciclovias e infraestrutura de
suporte para a prática deste. Com base na crescente demanda e visando a
aumentar o market share em 10%, a
empresa XPTO pretende lançar uma nova linha de bicicletas. O projeto, a ser
gerenciado pelo José das Couves, deve desenvolver estudos de mercado,
identificando as demandas dos diversos segmentos: infantil, feminino,
masculino, de competição, etc. Para cada segmento identificado como
economicamente viável, deve ser elaborado um protótipo para testes, atendendo
aos requisitos técnicos e funcionais. O prazo para o lançamento da nova linha
será de 6 meses. O aumento do market
share deve ser alcançado em um ano após o término do projeto. A patente dos
produtos não é escopo do projeto e será obtido em um mês após a entrega dos
desenhos. Faz parte também do projeto a adaptação da linha de montagem para a
nova bicicleta e a campanha de divulgação e lançamento do produto. Com o
objetivo de preservar o sigilo deste projeto, não deverá ser contratada mão de
obra externa para seu desenho, devendo ser classificadas como “confidenciais”
as comunicações que contenham informações que possam colocar em risco o
“segredo industrial”. O software de gerenciamento de documentos da empresa
estará apto, dentro de dez dias, a tratar documentos com o sigilo
“confidencial”.
GABARITO:
1.
A busca por qualidade de vida.
2.
Seis meses.
3.
A adaptação da linha de montagem para a nova bicicleta e a campanha de
divulgação e lançamento do produto.
GLOSSÁRIO
PMI - O PMI (Project Management Institute) é uma
instituição que objetiva aprimorar continuamente a elaboração e gestão de
projetos. Foi fundada em 1969 e é a mais conceituada referência mundial em projetos com mais de 120.000 associados em
todo o mundo. No Brasil, a instituição possui seções regionais, chamadas chapters ou capítulos, em 13 estados
(incluindo o Distrito Federal). O principal documento do PMI chama-se PMBOK (The Project Management Body of Language)
e originou-se de uma base de conhecimentos inicial do PMI publicada em 1984.
Sofreu alterações em 1987, 1996, 2000 e 2004. É padrão mundial para elaboração
e gerência de projetos. No Brasil, serviu como referência para a norma NBR –
ISSO 10.006 – Sistema de Gestão de Qualidade – Diretrizes para a Gestão da
Qualidade em Empreendimentos.
O QUE
É UM PROJETO?
“Projeto é um
empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades
inter-relacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar objetivos específicos
dentro dos limites de um orçamento e de um período de tempo dados”. (ONU)
“Um projeto é um empreendimento temporário
com o objetivo de criar um produto ou serviço” (Project
Management Institute -PMI)
A principal característica de um
projeto é sua limitação no tempo: todo projeto tem um início e um fim. Não
existe projeto com duração indeterminada ou que dure para sempre. Um projeto
sempre tem objetivos claramente definidos e tangíveis. Esses objetivos podem
incluir a construção de um prédio, o desenvolvimento de um sistema de computador,
a realização de um evento. O projeto somente estará concluído quando seu
produto ou serviço for produzido. Um projeto também envolve um conjunto
determinado de recursos humanos, financeiros e materiais que devem ser
otimizados para atingir os objetivos dentro do prazo estipulado.
Assim,
uma definição para projeto seria: A utilização coordenada de recursos humanos,
e materiais dentro de um período limitado de tempo para alcançar objetivos
tangíveis e únicos.
2.
Formulação de projetos
Um projeto surge em
resposta a um problema concreto. Elaborar um projeto é, antes de mais nada,
contribuir para a solução de problemas,
transformando IDÉIAS em AÇÕES.O documento chamado projeto é o resultado obtido ao
se “projetar” no papel tudo o que é necessário para o desenvolvimento de um
conjunto de atividades a serem executadas: quais são os objetivos, que meios
serão utilizados para atingi-los, quais recursos serão necessários, onde serão
obtidos e como serão avaliados os resultados. A organização do projeto em um documento
nos auxilia sistematizar o trabalho em etapas a serem cumpridas, compartilhar a
imagem do que se quer alcançar, identificar as principais deficiências, a
superar e apontar possíveis falhas durante a execução das atividades previstas.
Alguns
itens devem ser observados na formulação de projetos:
- Estabelecimento
correto do problema - deve ser significante em relação aos fatores de
sucesso no negócio; deve ter dimensão administrável; deve ser mensurável.
- Identificação
das pessoas e instituições a quem afeta resolver o problema, buscando
criar vínculos com os mesmos desde o início do projeto;
- Busca
adequada de fontes de financiamento.
Projetos
Didáticos
São projetos elaborados dentro de uma (ou mais)
disciplina(s), dirigidos à melhoria do processo ensino-aprendizagem e dos
elementos de conteúdos relativos a essa disciplina (este tipo de projeto é
próprio da área educacional e refere-se ao exercício das funções do professor).
Três características
principais, segundo Nery (2007), são fundamentais neste tipo de forma de
realização de atividades didáticas:
1. Produto final,
que concretiza as ações dos estudantes;
2. Participação dos
estudantes em todas as etapas do trabalho (planejamento, realização,
avaliação);
3. Divisão do trabalho,
com responsabilização individual e coletiva.
Essa forma de
organização da ação nos projetos também foi objeto de reflexão de Leite (1998),
que destaca as seguintes características como fundamentais:
1. o projeto é uma
proposta de intervenção pedagógica;
2. é uma atividade
intencional e social, que contempla um problema, objetivos e produtos
concretos;
3. aborda o
conhecimento em uso –
·
enfoca
conhecimentos relevantes para resolver o problema proposto,
·
considera
efetivamente as competências e os conhecimentos prévios dos alunos,
·
pode promover a interdisciplinaridade,
·
trata
os conteúdos de forma dinâmica – aprendizagem significativa,
·
trata
os conteúdos de forma helicoidal, pois os conhecimentos são retomados ao longo
das etapas do projeto;
·
exige
participação dos estudantes em todo o desenvolvimento das ações;
4. estimula
cooperação, com responsabilidade mútua;
5. estimula a
autonomia e a iniciativa;
6. exige produção
autêntica, resultante das decisões tomadas;
7. contempla a
divulgação dos trabalhos.
PROJETO INTER E MULTIDISCIPLINAR
Hoje em dia, fala-se
muito em Projeto Interdisciplinar e Multidisciplinar. Qual é a diferença? Todo projeto
precisa
ser interdisciplinar?
Atualmente
as disciplinas se multiplicam rapidamente, se especializando e gerando novos
campos de estudos, mas o conhecimento precisa ser entendido em seu conjunto, ou
seja, as matérias curriculares fazem parte de um todo. Quanto mais as
disciplinas se especializarem, mais complicado fica perceber o currículo de
forma completa. Consequentemente, quanto maior seu crescimento, extremamente
complicado se torna notar a conexão existente entre as áreas e o completo acaba
ficando isolado e dissociado. Tal fato leva o estudante a ter dificuldade de
articular os saberes, pois aprendem de forma fragmentada.
Por
outro lado, quanto mais o conhecimento se acumula com o passar dos tempos,
maior é a dificuldade de as pessoas o dominarem em sua totalidade. Com o
aumento acerca dos assuntos, maiores as necessidades da particularização para o
domínio de certos aspectos. Todavia, de forma única e isolada não se consegue
explicar, perdendo-se o seu sentido. Essa diferenciação através do processo da
divisão trouxe muitos ganhos. Contudo, é necessário que se compreenda a
especialização num todo que se relaciona para não corrermos o risco de
distorcermos o próprio conhecimento.
As
disciplinas escolares são tratadas como se fossem únicas (gavetas) e sem
nenhuma relação entre si, causando no aluno a dificuldade de observar que os
conhecimentos de cada professor são aspectos diversos de uma só realidade, que
deve ser concebido como parte de um grande conglomerado.
A
multidisciplinaridade e a interdisciplinaridade trouxeram uma perspectiva
inter-relacionada dos campos de estudo das disciplinas.
Na
multidisciplinaridade, recorremos a informações de várias matérias para estudar
um determinado elemento, sem a preocupação de interligar as disciplinas entre
si. Assim, ao analisar uma pintura renascentista, podemos usar dados vindos da
História, da Química e da Educação Artística. A História conta, por exemplo,
quando foi o período chamado Renascimento. A Química descreve a composição do
material usado na pintura. A Educação Artística lida com seus aspectos
estéticos — as cores usadas, a disposição dos elementos na tela e daí por
diante. Neste caso, cada matéria contribuiu com informações pertinentes ao seu
campo de conhecimento, sem que houvesse uma real integração entre elas. Essa
forma de relacionamento entre as disciplinas é a menos eficaz para a
transferência de conhecimentos para os alunos.
Na
interdisciplinaridade, estabelecemos uma interação entre duas ou mais
disciplinas. No exemplo anterior, haveria interdisciplinaridade se, ao estudar
a pintura, relacionássemos o contexto histórico do Renascimento com os temas
usados pelos artistas de então e sobre as técnicas empregadas por eles. A
análise do material utilizado na pintura poderia ser ampliada para um estudo do
desenvolvimento tecnológico ao longo do tempo.
Em
termos de projeto, podemos dizer que é multidisciplinar quando há um tema em
comum e cada professor trabalha este tema em sua respectiva disciplina. É
interdisciplinar quando um professor trabalha um determinado tema
relacionando-o a outras disciplinas.
Assim:
Extraído
de:
https://osmurosdaescola.wordpress.com/2011/07/06/multi-pluri-trans-inter-mas-o-que-e-tudo-isso/
Multidisciplinaridade => mais de uma
disciplina; aparentemente, não tem relação uma com a outra; cada
disciplina permanece com sua metodologia própria; não há um resultado
integrado.
Interdisciplinaridade =>Intercâmbio mútuo e
interação de diversos conhecimentos de forma recíproca e coordenada;
perspectiva metodológica comum a todos; integrar os resultados; permanecem os
interesses próprios de cada disciplina, porém, buscam soluções dos seus
próprios problemas através da articulação com as outras disciplinas.
Extraído
de:
https://osmurosdaescola.wordpress.com/2011/07/06/multi-pluri-trans-inter-mas-o-que-e-tudo-isso/
Todo projeto precisa ser interdisciplinar?
Não. Um projeto focado em apenas uma área tem grande
valor, já que permite um mergulho mais profundo no conteúdo trabalhado. Embora, às vezes, pareça que
objetivos de disciplinas diferentes estejam coordenados numa mesma proposta,
muitas vezes só os relacionados a uma delas estão sendo desenvolvidos. Num
cenário ainda pior - e também comum -, não são trabalhados de forma correta os
conteúdos de nenhuma das áreas.
Um
bom projeto é aquele que indica intenções claras de ensino e permite novas
aprendizagens relacionadas a todas as disciplinas envolvidas. Veja o exemplo de
um projeto de Ciências que tem como objetivo ensinar procedimentos de pesquisa.
Se os alunos tiverem de produzir um relatório e já forem experientes na escrita
desse gênero, não é possível dizer que ele envolve a disciplina de Língua
Portuguesa - afinal, eles só estão colocando em jogo o que sabem. Isso vai
efetivamente ocorrer se a tarefa for produzir um artigo científico e esse tipo
de texto for novo para todos.
A
ideia de que projetos didáticos precisam ser interdisciplinares pode estar
relacionada a uma confusão entre essa estratégia, os projetos institucionais e
os temas geradores. Os projetos institucionais são ações que envolvem toda a
escola em torno de um mesmo objetivo - por exemplo, produzir um jornal ou uma
campanha. Nesse caso, cada professor precisa pensar em atividades relacionadas
a ele para desenvolver com sua turma. Já quando é definido um tema gerador,
como, por exemplo, meio ambiente, cabe
ao professor escolher quais serão os conteúdos a enfocar e os objetivos a
alcançar. Não há necessidade de uma culminância (produto final).
O projeto possui a
seguinte estrutura:
1.
Introdução
(situação-problema – o que se vai fazer? por quê?)
2.
Justificativa
(relevância do projeto)
3.
Objetivos
(para quê?)
3.1 Gerais
3.2 Específicos
4.
Revisão de Literatura ( o que já foi escrito sobre o tema?)
5.
Público-Alvo (total de alunos contemplados)
6.
Metodologia (como? onde? com quem?)
7.
Resultados Relevantes Obtidos/Esperados
(Metas)
8.
Recursos (com o quê?)
9.
Avaliação (os objetivos foram atendidos?)
9.1
do
aluno
9.2 do projeto
10.
Cronograma de Execução (quando? em
quanto tempo?)
11.
Referências (que materiais foram citados?)
12.
Anexos ( se houver)
13.
Apêndice (se houver)
Agora,
vamos analisar passo a passo a estrutura do projeto:
1. INTRODUÇÃO
Nesta parte do projeto serão apresentados o tema de pesquisa, o problema a ser pesquisado.
Contextualize, abordando o tema de forma a identificar os motivos ou
o contexto no qual o problema ou a(s) questão(ões) de pesquisa foram
identificados. Permita que se tenha uma
visualização situacional do
problema. Restrinja sua abordagem apresentando a(s) questão(ões) que
fizeram você propor esta pesquisa. Indique as hipóteses ou os pressupostos que
estão guiando a execução da pesquisa. Hipóteses ou pressupostos são respostas
provisórias para as questões colocadas acima. Arrole os argumentos que indiquem
que sua pesquisa ê significativa, importante e/ou relevante. Indique os resultados esperados com
a elaboração da pesquisa.
1.1
PROBLEMA DE PESQUISA
Na acepção científica, "problema
é qualquer questão não solvida e que é objeto de discussão, em qualquer domínio
do conhecimento" (GIL, 1999).
Problema, para Kerlinger (1980),
"é uma questão que mostra uma situação necessitada de discussão,
investigação, decisão ou solução".
Simplificando, problema é uma questão
que a pesquisa pretende responder. Todo o processo de pesquisa irá girar em
torno de sua solução.
Como
exemplos de problemas de pesquisa, Gil (1999) arrola questões para as quais
ainda não se tem respostas.
Ø
Qual
a composição da atmosfera de Vênus?
Ø
Qual
a causa da enxaqueca?
Ø
Qual
a origem do homem americano?
Ø
Qual
a relação entre subdesenvolvimento e dependência econômica?
Ø Que fatores
determinam a deterioração de uma área urbana?
A
formulação de um problema tem relação com as indagações:
Ø
como
são as coisas?;
Ø
quais
as suas causas?; e
Ø
quais
as suas consequências?
Entretanto, como escolher um problema
de pesquisa?
Muitos fatores determinam a escolha
de um problema de pesquisa. Para Rudio (2003),
o pesquisador, neste momento, deve fazer as seguintes perguntas:
Ø
o
problema é original?
Ø
o
problema é relevante?
Ø
ainda
que seja "interessante", é adequado para mim?
Ø
tenho
possibilidades reais para executar tal pesquisa?
Ø terei tempo suficiente para
investigar tal questão?
O problema sinaliza o foco que você
dará à pesquisa. Geralmente você considera na escolha deste foco:
Ø a relevância do problema: o problema será relevante em termos
científicos quando propiciar conhecimentos novos à área de estudo e, em termos
práticos, a relevância refere-se aos benefícios que sua solução trará para a
humanidade, pais, área de conhecimento, etc.;
Ø a oportunidade de pesquisa: você escolhe determinado problema
considerando a possibilidade de obter prestígio ou financiamento.
Então, dito isso, como formular um
problema de pesquisa?
Primeiro, vejamos a diferença entre TEMA e ASSUNTO.
Não
raro o assunto
é confundido com o tema.
O primeiro é mais abrangente, comportando diversas possibilidades de recorte,
enquanto que o segundo consiste naquilo que o pesquisador pretende abordar com
parâmetros precisos em sua pesquisa.
Diversos
estudantes ou pesquisadores podem abordar um mesmo assunto, o que não significa
que todos tratarão do mesmo tema. Podemos dizer que o tema é o assunto delimitado.
Vejamos
alguns exemplos:
Assunto: Recursos Humanos
Tema:
Perfil Ocupacional
Assunto: Finanças
Tema: Comportamento dos Investidores
Assunto: Organizações
Tema: Cultura Organizacional
Assunto: Recursos
Humanos
Tema: Incentivos
e Desempenhos
Para delimitarmos o tema e chegarmos ao
problema de pesquisa, podemos seguir algumas recomendações tiradas de Gil
(1999):
Ø o problema deve ser formulado como
pergunta para facilitar a identificação do que se deseja pesquisar;
Ø o problema tem que ter dimensão
viável: deve ser restrito para permitir a sua viabilidade. O problema formulado
de forma ampla poderá tornar inviável a realização da pesquisa;
Ø o problema deve ter clareza: os
termos adotados devem ser definidos para esclarecer os significados com que
estão sendo usados na pesquisa;
Ø o problema deve ser preciso: além de
definir os termos e necessário que sua aplicação esteja delimitada.
Teríamos, então:
Assunto: Recursos Humanos
Tema: Perfil
Ocupacional
Problema: Qual é o perfil ocupacional dos trabalhadores em
transporte urbano?
Assunto: Finanças
Tema: Comportamento dos Investidores
Problema: Quais os comportamentos dos investidores no
mercado de ações de São Paulo?
Assunto: Organizações
Tema: Cultura Organizacional
Problema: Qual é a relação entre cultura organizacional e o
desempenho funcional dos administradores?
Assunto: Recursos
Humanos
Tema: Incentivos
e Desempenhos
Problema: Qual é a relação entre incentivos
salariais e desempenho dos trabalhadores?
1.2 O que são
Hipóteses
Hipóteses
são suposições colocadas como respostas plausíveis e provisórias para o
problema de pesquisa. As hipóteses são provisórias porque poderão ser
confirmadas ou refutadas com o desenvolvimento da pesquisa. Um mesmo problema
pode ter muitas hipóteses, que são soluções possíveis para a sua resolução.
A(s) hipótese(s) irá(ão) orientar o planejamento dos procedimentos
metodológicos necessários à execução da sua pesquisa. O processo de pesquisa
estará voltado para a procura de evidências que comprovem, sustentem ou refutem
a afirmativa feita na hipótese. A hipótese define até onde se quer chegar e,
por isso, será a diretriz de todo o processo de investigação. A hipótese é
sempre uma afirmação, uma resposta possível ao problema proposto.
As hipóteses podem estar explícitas
ou implícitas na pesquisa.
Quando analisados os instrumentos
adotados para a coleta de dados, é possível reconhecer as hipóteses subjacentes
(implícitas) que conduziram a pesquisa (GIL, 1991).
Muitos autores já determinaram as
características ou critérios necessários para a validade das hipóteses. Lakatos
e Marconi (1991) listaram onze (11) características
já indicadas na literatura. São elas:
Ø consistência lógica: o enunciado das hipóteses não pode
ter contradições e deve ter compatibilidade com o corpo de conhecimentos científicos;
ter contradições e deve ter compatibilidade com o corpo de conhecimentos científicos;
Ø verificabilidade: devem ser passíveis de verificação;
Ø simplicidade: devem ser parcimoniosas evitando
enunciados complexos;
Ø relevância: devem ter poder preditivo e / ou
explicativo;
Ø apoio- teórico: devem ser baseadas em teoria para ter
maior probabilidade de apresentar genuína contribuição ao conhecimento
científico;
Ø especificidade: devem indicar as operações e
previsões a que elas devem ser expostas;
Ø plausibilidade e clareza: devem propor algo admissível e que o
enunciado possibilite o seu entendimento;
Ø profundidades fertilidade e
originalidade: devem
especificar os mecanismos aos quais obedecem para alcançar níveis mais
profundos da realidade, favorecer o maior número de deduções e expressar uma
solução nova para o problema.
CLASSIFICAÇÃO DAS HIPÓTESES
O problema, sendo uma dificuldade
sentida, compreendida e definida, necessita de uma resposta "provável,
suposta e provisória", que é a hipótese. Para Lakatos e Marconi (1991) a
principal resposta é denominada de hipótese básica e esta pode ser complementada
por outras denominadas de hipóteses secundárias.
Hipótese Básica
É a afirmação escolhida por você como
a principal resposta ao
problema proposto. A hipótese básica pode adquirir diferentes formas, tais como:
problema proposto. A hipótese básica pode adquirir diferentes formas, tais como:
Ø "afirma, em dada situação, a
presença ou ausência de certos fenômenos;
Ø se refere à natureza ou
características de dados fenômenos, em uma situação específica;
Ø aponta a existência ou não de
determinadas relações entre fenômenos;
Ø prevê variação concomitante, direta
ou inversa, entre fenômenos etc.".
Hipóteses Secundárias
São afirmações complementares e
significam outras possibilidades de resposta para o problema. Podem:
Ø "abarcar em detalhes o que a
hipótese básica afirma em geral;
Ø englobar aspectos não especificados
na hipótese básica;
Ø indicar relações deduzidas da
primeira;
Ø decompor em pormenores a afirmação
geral;
Ø apontar outras relações possíveis de
serem encontradas etc.".
Para encerrar a abordagem sobre
Problema e Hipóteses de Pesquisa, apresenta-se um delineamento de uma pesquisa
mostrando:
Ø a definição do problema de pesquisa;
e
Ø as hipóteses que nortearão o seu
desenvolvimento.
Então,
observe:
Assunto: Finanças
Tema: O investidor diante do risco e o retorno dos
investimentos.
Problema: Como descobrir carteiras (conjunto de aplicações)
que apresentem os maiores retornos esperados para os níveis de risco aceitáveis
para o investidor?
Hipótese Básica
Ø Com a teoria de carteiras (de
Markowitz), é possível combinar aplicações em ativos para obter carteiras de
maiores retornos para vários níveis de risco.
Hipóteses Secundárias
Ø O modelo de precificação de ativos
(CAPM) permite a obtenção de uma relação linear válida de equilíbrio, entre
retorno esperado e risco para todos os ativos.
Ø Com a curva de utilidade do
investidor e a relação risco- retorno do modelo CAPM, é possível determinar a
carteira ótima desse investidor.
Assista
aos seguintes vídeos para mais informações:
https://www.youtube.com/watch?v=WLuj5hWTQxs
2. JUSTIFICATIVA
Na justificativa de um projeto
deve-se destacar a relevância e por que tal pesquisa deve ser realizada. Para
deixar claras as razões do que será abordado no projeto, pode-se responder em
formato dissertativo questões como: “Quais motivos justificam meu projeto?”;
“Que contribuições para a compreensão, intervenção ou solução para o problema
trará a realização de tal pesquisa? Por quê para quê executar o projeto”?.
A
pesquisa deve articular a relevância intelectual e prática do assunto
investigado à experiência do investigador (quem elabora o projeto). É neste
momento em que se tenta convencer com argumentos sólidos a universidade, o
orientador ou uma instituição de financiamento de que sua proposta ou projeto
merece ser realizado.
Não
existe um modelo padrão, mas recomenda-se a utilização de citações de outros
autores para que ocorra um ponto de encontro com as pesquisas na mesma linha do
tema escolhido e a sua proposta. O diálogo com autores ou correntes
interpretativas sobre o tema deve ser um dos pontos mais importantes para dar
credibilidade ao seu texto e garantir a existência comprovada de uma boa base
de estudos sobre o tema em questão.
Assim,
a justificativa deverá exaltar a importância do tema a ser estudado e a
necessidade de se levar adiante tal empreendimento.
Assista
ao seguinte vídeo para mais informações:
SÍNTESE DA AULA
Nesta
aula, você:
Ø Identificou as etapas de um projeto didático;
Ø Mostrou a importância do problema e das hipóteses no
processo de pesquisa;
Ø Identificou parâmetros à formulação do problema de
pesquisa;
Ø Identificou parâmetros à formulação de hipóteses.
O QUE VEM NA PRÓXIMA AULA
Ø Elaborar e
diferenciar objetivos e metas,
Ø Mostrar a importância da revisão de literatura no processo de pesquisa;
Ø Identificar os passos para a elaboração de fichamentos de textos.
REGISTRO
DE FREQUÊNCIA
QUESTÃO 1: Muitos autores já determinaram as
características ou critérios necessários para a validade das hipóteses. Lakatos
e Marconi listaram onze (11) características
já indicadas na literatura. NÃO é uma delas:
a)
Consistência
lógica
b) Verificabilidade
c) Simplicidade
d) Relevância
e)
Generalidade
GABARITO: E
QUESTÃO 2: Muitos autores já determinaram as
características ou critérios necessários para a validade das hipóteses. Lakatos
e Marconi listaram onze (11) características
já indicadas na literatura. “As hipóteses devem propor algo admissível e que o
enunciado possibilite o seu entendimento”. Isso diz respeito a:
a)
profundidades fertilidade e originalidade
b)
plausibilidade e clareza
c)
especificidade
d)
relevância
e)
simplicidade:
GABARITO: B
QUESTÃO
3:
Em qual das alternativas a descrição do conceito está INCORRETA?
a) O tema é mais abrangente, comportando
diversas possibilidades de recorte, enquanto que o assunto consiste naquilo que
o pesquisador pretende abordar com parâmetros precisos em sua pesquisa.
b) Na multidisciplinaridade há mais de
uma disciplina; aparentemente, não tem relação uma com a outra; cada
disciplina permanece com sua metodologia própria; não há um resultado
integrado.
c) Na interdisciplinaridade há intercâmbio mútuo e interação de diversos conhecimentos
de forma recíproca e coordenada; perspectiva metodológica comum a todos;
integrar os resultados; permanecem os interesses próprios de cada disciplina,
porém, buscam soluções dos seus próprios problemas através da articulação com
as outras disciplinas.
d) Na
justificativa de um projeto deve-se destacar a relevância e por que tal
pesquisa deve ser realizada.
e) O problema será relevante em
termos científicos quando propiciar conhecimentos novos à área de estudo e, em
termos práticos, a relevância refere-se aos benefícios que sua solução trará
para a humanidade, pais, área de conhecimento, etc.;
GABARITO: A
QUESTÃO 4: Com relação a hipóteses básicas e
secundárias, podemos dizer que:
a) A hipótese básica não prevê
variação concomitante, direta ou inversa, entre fenômenos.
b) A hipótese básica não afirma, em
dada situação, a presença ou ausência de certos fenômenos.
c)
A hipótese secundária abarca
de modo geral o que a hipótese básica afirma em específico.
d)
A hipótese básica é a
afirmação escolhida por você como a principal resposta ao problema proposto.
e)
A hipótese secundária indica relações induzidas da primeira.
GABARITO: D
QUESTÃO
5: Para
delimitarmos o tema e chegarmos ao problema de pesquisa, podemos seguir algumas
recomendações tiradas de Gil, EXCETO:
a)
o problema deve ser formulado como pergunta para facilitar a identificação do
que se deseja pesquisar.
b)
o problema tem que ter dimensão viável: deve ser restrito para permitir a sua
viabilidade.
c)
O problema formulado de forma restrita poderá tornar inviável a realização da
pesquisa.
d) o problema deve ter clareza: os
termos adotados devem ser definidos para esclarecer os significados com que estão
sendo usados na pesquisa.
e) o problema deve ser preciso: além
de definir os termos e necessário que sua aplicação esteja delimitada.
GABARITO: C
Ensinando com Projetos
Professora Bianca Della Nina
Aula 2 – Pontos Fundamentais de um Projeto Didático
APRESENTAÇÃO
Muitas pessoas não percebem o valor de um planejamento, um
processo de definir os objetivos de curto, médio e longo prazo. Quantas vezes
você não ouviu pessoas dizerem que se sentem perdidas? Já perguntou a estas
pessoas se em algum momento elas já pensaram em definir objetivos para suas
vidas?
Na elaboração de um bom planejamento você define um objetivo, é como se você definisse a direção que você quer seguir. Posteriormente, você decompõe este objetivo em metas que é o detalhamento do objetivo. Em regra se diz que ao atingir as metas, uma de cada vez, você terá alcançado o objetivo ao final.
Nesta aula, veremos com detalhes como isso pode ser feito.
Na elaboração de um bom planejamento você define um objetivo, é como se você definisse a direção que você quer seguir. Posteriormente, você decompõe este objetivo em metas que é o detalhamento do objetivo. Em regra se diz que ao atingir as metas, uma de cada vez, você terá alcançado o objetivo ao final.
Nesta aula, veremos com detalhes como isso pode ser feito.
OBJETIVOS DESTA AULA
Ø Elaborar e
diferenciar objetivos e metas,
Ø Mostrar a importância da revisão de literatura no processo de pesquisa;
Ø Identificar os passos para a elaboração de fichamentos de textos.
SAIBA MAIS
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos
de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1993-
LEITE, Lúcia Helena
Alvarez. Pedagogia de Projetos:
intervenção no presente. Revista Presença Pedagógica, v. 2, n 08. Belo
Horizonte: Dimensão, Mar./Abr., 1998.
POPPER, Karl. A lógica da pesquisa científica. São
Paulo: Cultrix, 1993.
SALVADOR, Ângelo
Domingos. Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica. Porto Alegre:
Sulina, 1978.
REFERÊNCIAS:
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social.
São Paulo: Atlas, 1999.
GIL,
A.C. Como elaborar projetos de pesquisa.
4.ed. São Paulo: Atlas, 2004.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do
trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1991.
LUNA, Sergio Vasconcelos de. Planejamento de pesquisa: uma introdução. São Paulo: EDUC,
1997.
NERY, A. Modalidades Organizativas do Trabalho pedagógico.
Brasília: MEC, 2007
RUDIO, Franz Victor.
Introdução ao projeto de pesquisa
científica. 31.ed. Petrópolis: Vozes, 2003.
OLIVEIRA, Silvio Luiz, Tratado de metodologia científica. São Paulo: Pioneira, 1997.
SILVA, Edna Lúcia da
Silva e MENEZES, Estera Muszhat. Metodologia
da pesquisa e elaboração de dissertação. Universidade Federal de Santa
Catarina. Florianópolis, 2001.
ATIVIDADES
Leia e responda:
1.
Qual
é o produto objetivo deste projeto?
2.
Qual
a justificativa para se implantar este projeto?
Construção de uma
montadora de automóveis
Em função dos altos
custos e da baixa eficiência dos portos em São Paulo, além da forte presença
sindical e política fiscal desfavorável, a montadora de automóveis XPTO decidiu
transferir sua unidade de fabricação de carros para exportação para o Estado do
Paraná. Como fatores decisivos, podemos citar a excelência dos serviços
portuários em Paranaguá, aliado às baixas tarifas. O projeto deve contemplar a
instalação de uma fábrica dentro de um raio de 20 quilômetros de
distância do Porto de Paranaguá, em área útil de 500mil m2, contendo um
edifício administrativo de 4 andares, 5 galpões industriais, estacionamento,
área de armazenagem para automóveis acabados com capacidade para 10 mil carros,
uma casa de força com capacidade de 1MW, incluindo subestação e geradores de
emergência com capacidade de 100KVA, uma estação de tratamento de água e esgoto
com capacidade de 100litros por minuto, um clube para os funcionários e
segurança.
GABARITO:
1.
Contemplar a instalação de uma fábrica dentro de um raio de 20 quilômetros de
distância do Porto de Paranaguá.
2. Em
função dos altos custos e da baixa eficiência dos portos em São Paulo, além da
forte presença sindical e política fiscal desfavorável, a montadora de
automóveis XPTO decidiu transferir sua unidade de fabricação de carros para
exportação para o Estado do Paraná.
CONTEÚDO
ONLINE
OS
OBJETIVOS
Nesta etapa você
pensará a respeito de sua intenção ao propor a pesquisa. Deverá sintetizar o
que pretende alcançar com a pesquisa. Os
objetivos devem estar coerentes com a justificativa e o problema proposto.
Objetivo significa o fim que se
deseja atingir, o se pretende alcançar ou o que é relativo ao objeto, que é
concreto e existe independentemente do pensamento. Um objetivo serve
para formular com concretização e objetividade dos resultados desejados, para
planejar ações e para orientar os processos.
Diz-se que ter um
objetivo é algo que completa uma missão; algo que determina finalizar uma
tarefa de acordo com que melhor se há proposto. Um objetivo se completa no
exato momento que se consegue terminar um processo. Gera satisfação para quem consegue
lograr terminar uma tarefa, uma proposta gerada com finalidade de conseguir um
objetivo. Também se diz de objetivo que é a concretização de algo que se
planeja, que se organiza com um fim e esse fim é precisamente o que se denomina
objetivo. Em muitos casos se diz vulgarmente que se persegue um objetivo quando
se quer realmente dizer que se quer alcançar um objetivo.
Os
objetivos constituem a finalidade
de um trabalho científico. São eles que indicam o que um pesquisador realmente
deseja fazer. Sua definição clara ajuda em muito na tomada de decisões quanto
aos aspectos metodológicos da pesquisa, afinal, temos que saber o que queremos
fazer, para depois resolvermos como proceder para chegar aos resultados
pretendidos.
Podemos
distinguir dois tipos de objetivos em um trabalho científico: os objetivos gerais e os objetivos específicos.
Para se
cumprir os objetivos gerais, é preciso delimitar metas mais específicas dentro
do trabalho. São elas que, somadas, conduzirão ao desfecho do objetivo geral.
Por
exemplo, se o objetivo geral de um projeto é o de contribuir para o estudo de
uma dada realidade social, os objetivos específicos deverão estar orientados
para esta meta: descrever a realidade; compará-la com outras situações
similares; sistematizar os pontos determinantes para sua ocorrência. Cumpridos
estes objetivos parciais, certamente o pesquisador conseguirá atingir seu
objetivo mais amplo.
Observe-se
que a formulação dos objetivos - seja dos gerais, seja dos específicos - se faz
mediante o emprego de verbos no infinitivo: contribuir,
analisar, descrever, investigar, comparar...
Cumpre
ainda dizer que os objetivos têm função norteadora no momento da leitura e
avaliação do projeto. Isso porque uma pesquisa é julgada, em grande parte, pela
capacidade de cumprir os objetivos que se propõem em suas páginas iniciais.
Então, o alerta é: cuidado na hora de estabelecer os objetivos. Além de claros,
estes têm que ser EXEQUÍVEIS.
OS
OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS
OBJETIVO
GERAL
Os objetivos
gerais são tratados em seu sentido mais amplo e constituem a ação que
conduzirá ao tratamento da questão abordada no problema de pesquisa fazendo
menção ao objeto de uma forma mais direta.
Temos aqui um problema: Quais os motivos da
evasão escolar no colégio “fulano de tal”?
Com base nele, formularemos o objetivo geral, que
pode ser assim expresso:
Analisar os motivos da evasão escolar no colégio
“fulano de tal”. Note:
Verbo no
Complementação que revela
Cenário em que será
infinitivo. a
finalidade da pesquisa.
Desenvolvida a pesquisa.
Assim:
·
O
objetivo deve ser claro, coerente e sucinto para dizer o que o projeto quer;
·
Deve
refletir a razão de ser do projeto, podendo ser abrangente;
Outros
Exemplos:
Ø Apoio à recuperação
da qualidade das águas do Rio X, com vistas à melhoria da qualidade de vida da
população ribeirinha.
Ø Resgatar a história
da comunidade do Muquiço, em Guadalupe, colaborando para o fortalecimento da
identidade e a consequente valorização do espaço e da autoestima da população
local.
Os
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos apresentam, de
forma pormenorizada, detalhada, as ações que se pretende alcançar e estabelecem
estreita relação com as particularidades relativas à temática trabalhada. Dessa
maneira, servimo-nos de algumas sugestões que perfeitamente se aplicam a eles,
tendo como base os objetivos gerais acima ressaltados:
Ø Verificar
a relação entre professores e alunos no colégio “fulano de tal”;
Ø Identificar
o nível de interesse dos alunos;
Ø Reconhecer as
prioridades estabelecidas pelos alunos;
Ø Analisar
o círculo de convivência dos alunos extraclasse;
Ø Apresentar
os motivos que conduzem os alunos à evasão escolar.
Além disso, os objetivos, determinados com a devida
coerência, tendem a prender a atenção do leitor, mantendo-o em sintonia com o
desenrolar de todo o trabalho. Outro aspecto dos objetivos se refere à
objetividade e à precisão neles expressas, como se pode verificar nas palavras
de Gil (2004), que ressalta que discussões, reflexões e debate de ideias ficam
destinados a seu devido lugar, ou seja,
na revisão da literatura.
O objetivo
específico procura responder à pergunta:
o que vou / pretendo realizar
efetivamente em minha pesquisa / meu trabalho? O título da pesquisa é o
próprio objetivo específico redigido de modo mais conciso e menos detalhado. Assim:
Ø Na medida do
possível, cada objetivo é único e, em todo o caso, são em número reduzido;
Ø Refletem o
público-alvo do projeto;
Ø Contribuem de forma
significativa para o cumprimento do objetivo geral;
Ø São realistas e
prováveis de alcançar uma vez implementado o projeto;
Ø São definidos de
forma concreta, mensurável, precisa, realista e exequível.
Para isso:
Ø Evite termos e
adjetivos genéricos e subjetivos, como “melhor, otimizar, maximizar”.
Ø Utilize termos que
denotem ação transformadora, como “aumentar, reduzir, capacitar, implantar”,
dentre outros.
Muitos acadêmicos costumam não dar
a devida importância à construção do objetivo geral e objetivos específicos.
Conforme Oliveira (2011) “o objetivo geral precisa dar conta da totalidade do problema da pesquisa, devendo ser elaborado com um verbo de precisão, evitando ao máximo uma possível distorção na interpretação do que se pretende pesquisar.”
Segundo a mesma autora (2011) “os
objetivos específicos fazem o detalhamento do objetivo geral e devem ser iniciados
com o verbo no infinitivo.”
Agora, veja uma lista de verbos para
elaboração de objetivos (gerais e específicos)
Assista
ao seguinte vídeo para mais informações:
https://www.youtube.com/watch?v=-4bkpDjklGE
IMPORTANTE: O objetivo
geral será verificado no fim do projeto,
enquanto o específico é aquele a ser verificado ao longo deste.
RESULTADOS
RELEVANTES OBTIDOS/ESPERADOS (METAS)
Meta é caminho ou o passo-a-passo para se chegar a um
objetivo. É um marco, um limite, um desafio, algo que se pode realizar, uma
etapa a ser atingida dentro de um objetivo, no seu topo ou em parte.
QUAL A DIFERENÇA ENTRE META E OBJETIVO?
Você sabe a diferença entre meta
e objetivo? Qual a importância de saber isto? Por que estes dois termos são
tantas vezes confundidos?
Objetivo e meta são diferentes entre si. Objetivo é
a descrição daquilo que se pretende alcançar. Meta é a definição em termos
quantitativos, e com um prazo determinado.
Por exemplo, o objetivo de uma determinada pessoa é
enriquecer. A meta, por sua vez, terá de vir acompanhada de dois dados: a
quantidade de dinheiro que ela pretende acumular e em quanto tempo.
Perceba que objetivo se atém à definição daquilo
que é almejado enquanto a meta responde a duas perguntas: quanto? e até
quando?.
A essência da diferença está em que o OBJETIVO é um
alvo qualitativo, enquanto a META é um alvo quantitativo. Em outras palavras, a
META é a quantificação de um OBJETIVO. Assim….
§ aumentar vendas é um OBJETIVO.
Uma META poderia ser aumentar as vendas em 10%;
§ perder peso é um OBJETIVO. Uma
META pode ser perder 10 Kg;
Porém, uma META, para ficar completa, precisa de
uma referencia temporal. Se eu apenas focar em perder 10Kg, corro o risco de
passar a vida inteira correndo atrás da meta, e não alcançá-la.
A referência temporal é um nome complicado para uma
coisa simples: PRAZO!
Se eu definir um PRAZO em que eu pretendo perder
10Kg, vou possibilitar que se faça gerenciamento, isto é, o comparativo. Por
exemplo, se eu definir o prazo de 6 meses, e, findo este período, não tiver
perdido, os 10Kg, o resultado não terá sido alcançado.
Somente o número desejado, associado a um prazo,
torna uma META completa. Então, qual o papel de indicador nesta história?
O indicador será o índice utilizado para indicar o
número que vai compor a meta. Então, vejamos um exemplo completo:
§ OBJETIVO: quero ficar rico;
§ INDICADOR: total de capital
investido em ações (ou poupança);
§ PRAZO: 10 anos à frente. (2026)
§ META: ter R$ 1.000.000,00
aplicado em ações
Assim, toda vez que você ouvir alguém dizer que a
meta é satisfazer o cliente, corrija! Isto é apenas um mero objetivo.
PÚBLICO-ALVO
Nesta
etapa deve-se apontar as pessoas que vão ser envolvidas e se
beneficiar do projeto (quem).
·
Delimitar
o público envolvido e descrever os beneficiários diretos e indiretos,
indicando-os também quantitativamente, se possível (comunidades, grupos,
pessoas etc.);
·
Esta
descrição deve ser realista e coerente com a proposta e estratégia do projeto.
REVISÃO DE
LITERATURA
Uma das etapas
mais importantes de um projeto de pesquisa
é a revisão de literatura. A revisão de literatura refere-se à fundamentação teórica que você irá adotar para tratar o tema e o problema de pesquisa. Por meio da análise da literatura publicada você irá traçar um quadro teórico e fará a estruturação conceitual que dará sustentação ao desenvolvimento da
pesquisa.
é a revisão de literatura. A revisão de literatura refere-se à fundamentação teórica que você irá adotar para tratar o tema e o problema de pesquisa. Por meio da análise da literatura publicada você irá traçar um quadro teórico e fará a estruturação conceitual que dará sustentação ao desenvolvimento da
pesquisa.
A revisão de
literatura resultará do processo de levantamento e análise do que já foi publicado
sobre o tema e o problema de pesquisa escolhidos.
Permitirá um mapeamento de quem já escreveu e o que já foi escrito sobre o
terna e/ou problema da pesquisa.
Para Luna
(1997), a revisão de literatura em um trabalho de
pesquisa pode ser realizada com os seguintes objetivos:
pesquisa pode ser realizada com os seguintes objetivos:
Ø
determinação do “estado da arte”: o pesquisador
procura mostrar através da literatura já publicada o que já sabe sobre o tema,
quais as lacunas existentes e onde se encontram os principais entraves teóricos ou metodológicos;
Ø
revisão teórica: insere-se o problema de pesquisa
dentro
de um quadro de referência teórica para explicá-lo. Geralmente acontece quando o problema em estudo é gerado por uma teoria, ou quando não ê gerado ou explicado por uma teoria particular, mas por várias;
de um quadro de referência teórica para explicá-lo. Geralmente acontece quando o problema em estudo é gerado por uma teoria, ou quando não ê gerado ou explicado por uma teoria particular, mas por várias;
Ø revisão empírica:
procura-se explicar como o problema vem sendo pesquisado do ponto de vista
metodológico procurando responder: quais os procedimentos normalmente
empregados no estudo desse problema? Que fatores vêm afetando os resultados?
Que propostas têm sido feitas para explicá-los ou controlá-los? Que
procedimentos vêm sendo empregados para analisar os resultados? Há relatos de
manutenção e generalização dos resultados obtidos? Do que elas dependem?;
Ø
revisão histórica: busca-se recuperar a
evolução de um conceito, tema, abordagem ou outros aspectos fazendo a inserção
dessa evolução dentro de um quadro teórico de referência que explique os
fatores determinantes e as implicações das mudanças.
Para elaborar uma revisão de literatura é recomendável
que se adote a metodologia de pesquisa bibliográfica. Pesquisa Bibliográfica é aquela baseada na análise da literatura já
publicada em forma de livros, revistas,
publicações avulsas, imprensa escrita e até eletronicamente,
disponibilizada na Internet.
A revisão de literatura/pesquisa bibliográfica
contribuirá para:
Ø
obter informações sobre a situação atual do tema ou
problema pesquisado;
Ø
conhecer publicações existentes sobre o tema e os
aspectos
que já foram abordados;
que já foram abordados;
Ø
verificar as opiniões similares e diferentes a respeito
do tema ou de aspectos relacionados ao tema ou ao problema de
pesquisa.
pesquisa.
Para tornar o processo de revisão de literatura
produtivo, dever-se-ão seguir alguns
passos básicos para sistematizar seu trabalho e canalizar seus esforços.
Os passos sugeridos por Lakatos e Marconi (1991) são:
1º PASSO: ESCOLHA
DO TEMA
A revisão de literatura deverá elucidar o tema,
proporcionar melhor definição do problema de pesquisa e contribuir na análise e
discussão dos resultados da pesquisa.
Em função da
explosão da informação, você deverá definir para onde ele irá dirigir e concentrar seus esforços na revisão de literatura,
porque só assim não ficará perdido no emaranhado das publicações existentes.
Pesquisadores experientes sabem que o
risco de perder tempo e o rumo podem ser fatais neste processo. Além de
atravancar todo o desenvolvimento das etapas da pesquisa, pode até impedir sua realização.
2º
PASSO: ELABORAÇÃO DO PLANO DE TRABALHO
Para evitar
dispersão e perda de tempo no processo de leitura de textos, é importante
levantar os aspectos que serão abordados
sobre o tema. Para isso deve-se elaborar
um esquema provisório de sua revisão de literatura, em que listará de
forma lógica as abordagens que pretende fazer referentes ao tema ou problema de
sua pesquisa. O esquema servirá de guia no processo de leitura e na coleta de
informações nos textos. Veja o exemplo na pesquisa indicada abaixo:
ROCHA, Simone Karla da. Qualidade de vida no trabalho:
um estudo de caso no setor têxtil. 1998. Dissertação (Mestrado em Engenharia
de Produção) Programa de Pós-Graduação
em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis.
Nesta pesquisa a autora escolheu
para realização de sua revisão de literatura:
TEMA
Pressupostos básicos que permeiam a
qualidade de vida no trabalho.
ESTRUTURA (esquema
mostrando os tópicos que seriam abordados)
Evolução Das Teorias Administrativas
Evolução Das Teorias Administrativas
O enfoque da qualidade de vida no
trabalho
A origem e a evolução dos estudos
de qualidade de vida no trabalho
Os conceitos de qualidade de vida
no trabalho
Os modelos para avaliação da
qualidade de vida no trabalho:
Modelos de Hackman e Oldham;
Modelo de Westley;
Modelo de Werther e Davis;
Modelo de Walton.
3º
PASSO: IDENTIFICAÇÃO
Após a definição
do que será abordado na revisão de literatura e a elaboração de um esquema com
os aspectos a serem abordados que servirá de guia para organização do processo
de leitura, você deve identificar o material.
A identificação
implica fazer um levantamento bibliográfico para recuperar as informações sobre
o que já foi publicado sobre o tema e os aspectos que constam no
esquema/sumário dos tópicos. Esse processo requer o uso de obras de referência
para minimizar esforços e recuperar a maior quantidade de informação possível.
Obras de referência, usadas para levantamento bibliográfico, são organizadas
especialmente para facilitar a consulta de itens específicos de informação.
Possuem, geralmente, índices de autores e assuntos /palavras-chave que remetem
às informações arranjadas em itens numerados para facilitar a recuperação.
Bibliografias e Abstracts são publicações disponíveis em papel para
consulta. Bases de dados são disponíveis em meio digital, em CD-ROM ou
eletrõnico via internet.
Outra forma de
fazer levantamento bibliográfico é usando as ferramentas de busca da internet,
as bibliotecas virtuais e os catálogos on-line de bibliotecas disponibilizados
na rede. Também não devem ser desprezadas as indicações bibliográficas feitas
em artigos ou livros disponíveis e lidos sobre o tema da pesquisa.
4º PASSO: LOCALIZAÇÃO
E COMPILAÇÃO
Realizada a identificação
(o levantamento bibliográfico), é necessário que se obtenham os materiais
considerados úteis à realização da pesquisa. Deve-se começar pela Biblioteca
que está mais próxima. Para fazer a compilação, reunião sistemática dos
materiais selecionados e localizados os seguintes recursos: fotocópias,
impressões e a própria aquisição, quando for indispensável.
Os materiais
selecionados para leitura serão analisados e fichados. O fichamento permite que
você reúna as informações necessárias e úteis à elaboração do texto da revisão.
Podem ser elaborados diversos tipos de fichas, como:
Ø
bibliográfica: com dados gerais sobre a obra lida;
Ø
citações: com a reprodução
literal entre aspas e a indicação da
página da parte dos textos lidos de interesse específico para a redação
dos tópicos e itens da revisão;
Ø
resumo: com um resumo indicativo do conteúdo do texto;
Ø
esboço: apresentando as principais ideias do autor lido de forma
esquematizada com a indicação da página do documento lido;
Ø
comentário ou analítico: com a interpretação e a crítica pessoal do pesquisador com
referência às ideias expressas pelo autor do texto lido.
O Fichamento irá
permitir: identificação das obras lidas, aná-
lise de seu conteúdo, anotações de citações, elaboração de críticas e localização das informações lidas que foram consideradas importantes.
lise de seu conteúdo, anotações de citações, elaboração de críticas e localização das informações lidas que foram consideradas importantes.
Para
explicar o que é fichamento é melhor explicar antes o que não é fichamento: não
é resumo, embora possa conter resumos: fichamento não é paráfrase, embora possa
conter paráfrases do autor. Fichamento é basicamente o arquivo do texto que
você lê contendo a referência e o que você entendeu do conteúdo do texto de uma
obra, de um texto ou mesmo de um tema. A seguir algumas dicas de como fazer uma
fichamento:
a) Fichamento de uma
obra ou texto:
*
Referência
*
O que você entendeu a respeito do conteúdo do texto
*
Frases literais (opcional)
Para
fazer o fichamento de uma obra ou texto você deve:
1
Ler o texto inteiro uma vez ininterruptamente
2.
Ler o texto novamente grifando, fazendo anotações e procurando entender o que o
autor quer dizer em cada parágrafo
3.
Fazer o fichamento
b) Fichamento de um
tema
*
O tema
*
Referência de uma obra
*
O que você entendeu sobre o que o autor disse a respeito do tema
*
Frases literais do autor
*
Referência de outra obra
*
O que você entendeu a respeito do que o outro autor disse a respeito do tema e
assim por diante O fichamento de temas se faz pelo mesmo método que o
fichamento de textos.
5º PASSO: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
De posse dos
Fichamentos você fará então, a classificação, a
análise, a interpretação e a crítica das informações coletadas.
análise, a interpretação e a crítica das informações coletadas.
6º PASSO: REDAÇÃO
Na redação do
texto final você deve observar os seguintes critérios: objetividade, clareza,
precisão, consistência, linguagem impessoal e uso do vocabulário técnico.
Recomendações importantes:
Ø O texto deve ter
começo, meio e fim;
Ø Faça um texto
introdutório explicando o objetivo da revisão
de literatura;
de literatura;
Ø Revisão de literatura
não é fazer colagem de citações bibliográficas; então:
Ø
faça uma abertura e um fecho para os tópicos tratados;
Ø preencha as
lacunas com considerações próprias;
Ø
crie elos entre as citações.
Assista
ao seguinte vídeo para mais informações:
https://www.youtube.com/watch?v=8I6XQGMlEKk
SÍNTESE DA AULA
Nesta
aula, você:
Ø Elaborou e
diferenciou objetivos e metas,
Ø Mostrou a importância da revisão de literatura no processo de pesquisa;
Ø Identificou os passos para a elaboração de fichamentos de textos.
O QUE VEM NA PRÓXIMA AULA
Ø Definir o que é pesquisa;,
Ø Mostrar as formas clássicas de
classificação das pesquisas;
Ø Mostrar os métodos que proporcionam
as bases lógicas à investigação científica.
Ø Definir uma proposta metodológica a
ser utilizada pelo projeto.
QUESTÃO 1: Assinale a alternativa em que NÃO há exemplo de objetivo específico:
a) Analisar os motivos da evasão escolar no colégio
“fulano de tal”.
b)
Verificar a relação entre professores e alunos no colégio “fulano de tal”.
c)
Identificar o nível de interesse dos alunos.
d)
Reconhecer as prioridades estabelecidas pelos alunos.
e)
Analisar o círculo de convivência dos alunos extraclasse.
GABARITO: A
QUESTÃO 2: A revisão de literatura é a sistematização
do conhecimento científico acumulado sobre o tema específico do seu projeto. Assinale
a alternativo CORRETA quanto à
revisão de literatura:
a)
Neste tópico do projeto de pesquisa, o pesquisador deve apresentar um texto bem
articulado e bem concentrado no tema específico que acabou sendo escolhido.
b) Neste item do
projeto, a maior importância estará na comparação de documentos publicados em blogs sobre o tema específico.
c) A pesquisa
bibliográfica pode prescindir de uma obra importante sobre o tema específico.
d) A revisão de literatura
do projeto de pesquisa será, por definição, descritiva.
e) Não há problema
se uma contribuição científica muito
importante sobre o tema específico da pesquisa não for incluída na revisão de
literatura.
GABARITO: A
QUESTÃO 3: Para Luna, a revisão de literatura
em um trabalho de
pesquisa pode ser realizada com os seguintes objetivos, EXCETO:
pesquisa pode ser realizada com os seguintes objetivos, EXCETO:
a) determinação do “estado da arte”.
b) revisão teórica.
c) revisão empírica.
d) revisão histórica.
e) revisão social.
GABARITO: E
QUESTÃO 4: Para Luna, a revisão de literatura
em um trabalho de
pesquisa pode ser realizada com vários objetivos. “O pesquisador procura mostrar através da literatura já publicada o que já sabe sobre o tema, quais as lacunas existentes e onde se encontram os principais entraves teóricos ou metodológicos”. Esse objetivo diz respeito a:
pesquisa pode ser realizada com vários objetivos. “O pesquisador procura mostrar através da literatura já publicada o que já sabe sobre o tema, quais as lacunas existentes e onde se encontram os principais entraves teóricos ou metodológicos”. Esse objetivo diz respeito a:
a) revisão empírica
b) revisão teórica.
c)determinação do “estado da arte”.
d) revisão histórica.
e) revisão social.
GABARITO: C
QUESTÃO
5: Assinale
a alternativa com o conceito/definição CORRETO:
a)
Meta é a
descrição daquilo que se pretende alcançar. Objetivo é a definição em termos
quantitativos, e com um prazo determinado.
b) Um objetivo serve
para formular com concretização e objetividade dos resultados desejados, para
planejar ações e para orientar os processos.
c)
No público-alvo, deve-se apontar as pessoas que vão ser envolvidas e se
beneficiar do projeto. Não deve ser indicado quantitativamente.
d) Os objetivos específicos precisam
dar conta da totalidade do problema da pesquisa, devendo ser elaborados com um
verbo de precisão, evitando ao máximo uma possível distorção na interpretação
do que se pretende pesquisar.
e) Os objetivos gerais apresentam, de forma pormenorizada, detalhada, as
ações que se pretende alcançar e estabelecem estreita relação com as
particularidades relativas à temática trabalhada.
GABARITO: B
Ensinando com Projetos
Professora Bianca Della Nina
Aula 2 – Pontos Fundamentais de um Projeto Didático
APRESENTAÇÃO
Muitas pessoas não percebem o valor de um planejamento, um
processo de definir os objetivos de curto, médio e longo prazo. Quantas vezes
você não ouviu pessoas dizerem que se sentem perdidas? Já perguntou a estas
pessoas se em algum momento elas já pensaram em definir objetivos para suas
vidas?
Na elaboração de um bom planejamento você define um objetivo, é como se você definisse a direção que você quer seguir. Posteriormente, você decompõe este objetivo em metas que é o detalhamento do objetivo. Em regra se diz que ao atingir as metas, uma de cada vez, você terá alcançado o objetivo ao final.
Nesta aula, veremos com detalhes como isso pode ser feito.
Na elaboração de um bom planejamento você define um objetivo, é como se você definisse a direção que você quer seguir. Posteriormente, você decompõe este objetivo em metas que é o detalhamento do objetivo. Em regra se diz que ao atingir as metas, uma de cada vez, você terá alcançado o objetivo ao final.
Nesta aula, veremos com detalhes como isso pode ser feito.
OBJETIVOS DESTA AULA
Ø Elaborar e
diferenciar objetivos e metas,
Ø Mostrar a importância da revisão de literatura no processo de pesquisa;
Ø Identificar os passos para a elaboração de fichamentos de textos.
SAIBA MAIS
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos
de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1993-
LEITE, Lúcia Helena
Alvarez. Pedagogia de Projetos:
intervenção no presente. Revista Presença Pedagógica, v. 2, n 08. Belo
Horizonte: Dimensão, Mar./Abr., 1998.
POPPER, Karl. A lógica da pesquisa científica. São
Paulo: Cultrix, 1993.
SALVADOR, Ângelo
Domingos. Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica. Porto Alegre:
Sulina, 1978.
REFERÊNCIAS:
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social.
São Paulo: Atlas, 1999.
GIL,
A.C. Como elaborar projetos de pesquisa.
4.ed. São Paulo: Atlas, 2004.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do
trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1991.
LUNA, Sergio Vasconcelos de. Planejamento de pesquisa: uma introdução. São Paulo: EDUC,
1997.
NERY, A. Modalidades Organizativas do Trabalho pedagógico.
Brasília: MEC, 2007
RUDIO, Franz Victor.
Introdução ao projeto de pesquisa
científica. 31.ed. Petrópolis: Vozes, 2003.
OLIVEIRA, Silvio Luiz, Tratado de metodologia científica. São Paulo: Pioneira, 1997.
SILVA, Edna Lúcia da
Silva e MENEZES, Estera Muszhat. Metodologia
da pesquisa e elaboração de dissertação. Universidade Federal de Santa
Catarina. Florianópolis, 2001.
ATIVIDADES
Leia e responda:
1.
Qual
é o produto objetivo deste projeto?
2.
Qual
a justificativa para se implantar este projeto?
Construção de uma
montadora de automóveis
Em função dos altos
custos e da baixa eficiência dos portos em São Paulo, além da forte presença
sindical e política fiscal desfavorável, a montadora de automóveis XPTO decidiu
transferir sua unidade de fabricação de carros para exportação para o Estado do
Paraná. Como fatores decisivos, podemos citar a excelência dos serviços
portuários em Paranaguá, aliado às baixas tarifas. O projeto deve contemplar a
instalação de uma fábrica dentro de um raio de 20 quilômetros de
distância do Porto de Paranaguá, em área útil de 500mil m2, contendo um
edifício administrativo de 4 andares, 5 galpões industriais, estacionamento,
área de armazenagem para automóveis acabados com capacidade para 10 mil carros,
uma casa de força com capacidade de 1MW, incluindo subestação e geradores de
emergência com capacidade de 100KVA, uma estação de tratamento de água e esgoto
com capacidade de 100litros por minuto, um clube para os funcionários e
segurança.
GABARITO:
1.
Contemplar a instalação de uma fábrica dentro de um raio de 20 quilômetros de
distância do Porto de Paranaguá.
2. Em
função dos altos custos e da baixa eficiência dos portos em São Paulo, além da
forte presença sindical e política fiscal desfavorável, a montadora de
automóveis XPTO decidiu transferir sua unidade de fabricação de carros para
exportação para o Estado do Paraná.
OS
OBJETIVOS
Nesta etapa você
pensará a respeito de sua intenção ao propor a pesquisa. Deverá sintetizar o
que pretende alcançar com a pesquisa. Os
objetivos devem estar coerentes com a justificativa e o problema proposto.
Objetivo significa o fim que se
deseja atingir, o se pretende alcançar ou o que é relativo ao objeto, que é
concreto e existe independentemente do pensamento. Um objetivo serve
para formular com concretização e objetividade dos resultados desejados, para
planejar ações e para orientar os processos.
Diz-se que ter um
objetivo é algo que completa uma missão; algo que determina finalizar uma
tarefa de acordo com que melhor se há proposto. Um objetivo se completa no
exato momento que se consegue terminar um processo. Gera satisfação para quem consegue
lograr terminar uma tarefa, uma proposta gerada com finalidade de conseguir um
objetivo. Também se diz de objetivo que é a concretização de algo que se
planeja, que se organiza com um fim e esse fim é precisamente o que se denomina
objetivo. Em muitos casos se diz vulgarmente que se persegue um objetivo quando
se quer realmente dizer que se quer alcançar um objetivo.
Os
objetivos constituem a finalidade
de um trabalho científico. São eles que indicam o que um pesquisador realmente
deseja fazer. Sua definição clara ajuda em muito na tomada de decisões quanto
aos aspectos metodológicos da pesquisa, afinal, temos que saber o que queremos
fazer, para depois resolvermos como proceder para chegar aos resultados
pretendidos.
Podemos
distinguir dois tipos de objetivos em um trabalho científico: os objetivos gerais e os objetivos específicos.
Para se
cumprir os objetivos gerais, é preciso delimitar metas mais específicas dentro
do trabalho. São elas que, somadas, conduzirão ao desfecho do objetivo geral.
Por
exemplo, se o objetivo geral de um projeto é o de contribuir para o estudo de
uma dada realidade social, os objetivos específicos deverão estar orientados
para esta meta: descrever a realidade; compará-la com outras situações
similares; sistematizar os pontos determinantes para sua ocorrência. Cumpridos
estes objetivos parciais, certamente o pesquisador conseguirá atingir seu
objetivo mais amplo.
Observe-se
que a formulação dos objetivos - seja dos gerais, seja dos específicos - se faz
mediante o emprego de verbos no infinitivo: contribuir,
analisar, descrever, investigar, comparar...
Cumpre
ainda dizer que os objetivos têm função norteadora no momento da leitura e
avaliação do projeto. Isso porque uma pesquisa é julgada, em grande parte, pela
capacidade de cumprir os objetivos que se propõem em suas páginas iniciais.
Então, o alerta é: cuidado na hora de estabelecer os objetivos. Além de claros,
estes têm que ser EXEQUÍVEIS.
OS
OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS
OBJETIVO
GERAL
Os objetivos
gerais são tratados em seu sentido mais amplo e constituem a ação que
conduzirá ao tratamento da questão abordada no problema de pesquisa fazendo
menção ao objeto de uma forma mais direta.
Temos aqui um problema: Quais os motivos da
evasão escolar no colégio “fulano de tal”?
Com base nele, formularemos o objetivo geral, que
pode ser assim expresso:
Analisar os motivos da evasão escolar no colégio
“fulano de tal”. Note:
Verbo no
Complementação que revela
Cenário em que será
infinitivo. a
finalidade da pesquisa.
Desenvolvida a pesquisa.
Assim:
·
O
objetivo deve ser claro, coerente e sucinto para dizer o que o projeto quer;
·
Deve
refletir a razão de ser do projeto, podendo ser abrangente;
Outros
Exemplos:
Ø Apoio à recuperação
da qualidade das águas do Rio X, com vistas à melhoria da qualidade de vida da
população ribeirinha.
Ø Resgatar a história
da comunidade do Muquiço, em Guadalupe, colaborando para o fortalecimento da
identidade e a consequente valorização do espaço e da autoestima da população
local.
Os
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos apresentam, de
forma pormenorizada, detalhada, as ações que se pretende alcançar e estabelecem
estreita relação com as particularidades relativas à temática trabalhada. Dessa
maneira, servimo-nos de algumas sugestões que perfeitamente se aplicam a eles,
tendo como base os objetivos gerais acima ressaltados:
Ø Verificar
a relação entre professores e alunos no colégio “fulano de tal”;
Ø Identificar
o nível de interesse dos alunos;
Ø Reconhecer as
prioridades estabelecidas pelos alunos;
Ø Analisar
o círculo de convivência dos alunos extraclasse;
Ø Apresentar
os motivos que conduzem os alunos à evasão escolar.
Além disso, os objetivos, determinados com a devida
coerência, tendem a prender a atenção do leitor, mantendo-o em sintonia com o
desenrolar de todo o trabalho. Outro aspecto dos objetivos se refere à
objetividade e à precisão neles expressas, como se pode verificar nas palavras
de Gil (2004), que ressalta que discussões, reflexões e debate de ideias ficam
destinados a seu devido lugar, ou seja,
na revisão da literatura.
O objetivo
específico procura responder à pergunta:
o que vou / pretendo realizar
efetivamente em minha pesquisa / meu trabalho? O título da pesquisa é o
próprio objetivo específico redigido de modo mais conciso e menos detalhado. Assim:
Ø Na medida do
possível, cada objetivo é único e, em todo o caso, são em número reduzido;
Ø Refletem o
público-alvo do projeto;
Ø Contribuem de forma
significativa para o cumprimento do objetivo geral;
Ø São realistas e
prováveis de alcançar uma vez implementado o projeto;
Ø São definidos de
forma concreta, mensurável, precisa, realista e exequível.
Para isso:
Ø Evite termos e
adjetivos genéricos e subjetivos, como “melhor, otimizar, maximizar”.
Ø Utilize termos que
denotem ação transformadora, como “aumentar, reduzir, capacitar, implantar”,
dentre outros.
Muitos acadêmicos costumam não dar
a devida importância à construção do objetivo geral e objetivos específicos.
Conforme Oliveira (2011) “o objetivo geral precisa dar conta da totalidade do problema da pesquisa, devendo ser elaborado com um verbo de precisão, evitando ao máximo uma possível distorção na interpretação do que se pretende pesquisar.”
Segundo a mesma autora (2011) “os
objetivos específicos fazem o detalhamento do objetivo geral e devem ser iniciados
com o verbo no infinitivo.”
Agora, veja uma lista de verbos para
elaboração de objetivos (gerais e específicos)
Assista
ao seguinte vídeo para mais informações:
https://www.youtube.com/watch?v=-4bkpDjklGE
IMPORTANTE: O objetivo
geral será verificado no fim do projeto,
enquanto o específico é aquele a ser verificado ao longo deste.
RESULTADOS
RELEVANTES OBTIDOS/ESPERADOS (METAS)
Meta é caminho ou o passo-a-passo para se chegar a um
objetivo. É um marco, um limite, um desafio, algo que se pode realizar, uma
etapa a ser atingida dentro de um objetivo, no seu topo ou em parte.
QUAL A DIFERENÇA ENTRE META E OBJETIVO?
Você sabe a diferença entre meta
e objetivo? Qual a importância de saber isto? Por que estes dois termos são
tantas vezes confundidos?
Objetivo e meta são diferentes entre si. Objetivo é
a descrição daquilo que se pretende alcançar. Meta é a definição em termos
quantitativos, e com um prazo determinado.
Por exemplo, o objetivo de uma determinada pessoa é
enriquecer. A meta, por sua vez, terá de vir acompanhada de dois dados: a
quantidade de dinheiro que ela pretende acumular e em quanto tempo.
Perceba que objetivo se atém à definição daquilo
que é almejado enquanto a meta responde a duas perguntas: quanto? e até
quando?.
A essência da diferença está em que o OBJETIVO é um
alvo qualitativo, enquanto a META é um alvo quantitativo. Em outras palavras, a
META é a quantificação de um OBJETIVO. Assim….
§ aumentar vendas é um OBJETIVO.
Uma META poderia ser aumentar as vendas em 10%;
§ perder peso é um OBJETIVO. Uma
META pode ser perder 10 Kg;
Porém, uma META, para ficar completa, precisa de
uma referencia temporal. Se eu apenas focar em perder 10Kg, corro o risco de
passar a vida inteira correndo atrás da meta, e não alcançá-la.
A referência temporal é um nome complicado para uma
coisa simples: PRAZO!
Se eu definir um PRAZO em que eu pretendo perder
10Kg, vou possibilitar que se faça gerenciamento, isto é, o comparativo. Por
exemplo, se eu definir o prazo de 6 meses, e, findo este período, não tiver
perdido, os 10Kg, o resultado não terá sido alcançado.
Somente o número desejado, associado a um prazo,
torna uma META completa. Então, qual o papel de indicador nesta história?
O indicador será o índice utilizado para indicar o
número que vai compor a meta. Então, vejamos um exemplo completo:
§ OBJETIVO: quero ficar rico;
§ INDICADOR: total de capital
investido em ações (ou poupança);
§ PRAZO: 10 anos à frente. (2026)
§ META: ter R$ 1.000.000,00
aplicado em ações
Assim, toda vez que você ouvir alguém dizer que a
meta é satisfazer o cliente, corrija! Isto é apenas um mero objetivo.
PÚBLICO-ALVO
Nesta
etapa deve-se apontar as pessoas que vão ser envolvidas e se
beneficiar do projeto (quem).
·
Delimitar
o público envolvido e descrever os beneficiários diretos e indiretos,
indicando-os também quantitativamente, se possível (comunidades, grupos,
pessoas etc.);
·
Esta
descrição deve ser realista e coerente com a proposta e estratégia do projeto.
REVISÃO DE
LITERATURA
Uma das etapas
mais importantes de um projeto de pesquisa
é a revisão de literatura. A revisão de literatura refere-se à fundamentação teórica que você irá adotar para tratar o tema e o problema de pesquisa. Por meio da análise da literatura publicada você irá traçar um quadro teórico e fará a estruturação conceitual que dará sustentação ao desenvolvimento da
pesquisa.
é a revisão de literatura. A revisão de literatura refere-se à fundamentação teórica que você irá adotar para tratar o tema e o problema de pesquisa. Por meio da análise da literatura publicada você irá traçar um quadro teórico e fará a estruturação conceitual que dará sustentação ao desenvolvimento da
pesquisa.
A revisão de
literatura resultará do processo de levantamento e análise do que já foi publicado
sobre o tema e o problema de pesquisa escolhidos.
Permitirá um mapeamento de quem já escreveu e o que já foi escrito sobre o
terna e/ou problema da pesquisa.
Para Luna
(1997), a revisão de literatura em um trabalho de
pesquisa pode ser realizada com os seguintes objetivos:
pesquisa pode ser realizada com os seguintes objetivos:
Ø
determinação do “estado da arte”: o pesquisador
procura mostrar através da literatura já publicada o que já sabe sobre o tema,
quais as lacunas existentes e onde se encontram os principais entraves teóricos ou metodológicos;
Ø
revisão teórica: insere-se o problema de pesquisa
dentro
de um quadro de referência teórica para explicá-lo. Geralmente acontece quando o problema em estudo é gerado por uma teoria, ou quando não ê gerado ou explicado por uma teoria particular, mas por várias;
de um quadro de referência teórica para explicá-lo. Geralmente acontece quando o problema em estudo é gerado por uma teoria, ou quando não ê gerado ou explicado por uma teoria particular, mas por várias;
Ø revisão empírica:
procura-se explicar como o problema vem sendo pesquisado do ponto de vista
metodológico procurando responder: quais os procedimentos normalmente
empregados no estudo desse problema? Que fatores vêm afetando os resultados?
Que propostas têm sido feitas para explicá-los ou controlá-los? Que
procedimentos vêm sendo empregados para analisar os resultados? Há relatos de
manutenção e generalização dos resultados obtidos? Do que elas dependem?;
Ø
revisão histórica: busca-se recuperar a
evolução de um conceito, tema, abordagem ou outros aspectos fazendo a inserção
dessa evolução dentro de um quadro teórico de referência que explique os
fatores determinantes e as implicações das mudanças.
Para elaborar uma revisão de literatura é recomendável
que se adote a metodologia de pesquisa bibliográfica. Pesquisa Bibliográfica é aquela baseada na análise da literatura já
publicada em forma de livros, revistas,
publicações avulsas, imprensa escrita e até eletronicamente,
disponibilizada na Internet.
A revisão de literatura/pesquisa bibliográfica
contribuirá para:
Ø
obter informações sobre a situação atual do tema ou
problema pesquisado;
Ø
conhecer publicações existentes sobre o tema e os
aspectos
que já foram abordados;
que já foram abordados;
Ø
verificar as opiniões similares e diferentes a respeito
do tema ou de aspectos relacionados ao tema ou ao problema de
pesquisa.
pesquisa.
Para tornar o processo de revisão de literatura
produtivo, dever-se-ão seguir alguns
passos básicos para sistematizar seu trabalho e canalizar seus esforços.
Os passos sugeridos por Lakatos e Marconi (1991) são:
1º PASSO: ESCOLHA
DO TEMA
A revisão de literatura deverá elucidar o tema,
proporcionar melhor definição do problema de pesquisa e contribuir na análise e
discussão dos resultados da pesquisa.
Em função da
explosão da informação, você deverá definir para onde ele irá dirigir e concentrar seus esforços na revisão de literatura,
porque só assim não ficará perdido no emaranhado das publicações existentes.
Pesquisadores experientes sabem que o
risco de perder tempo e o rumo podem ser fatais neste processo. Além de
atravancar todo o desenvolvimento das etapas da pesquisa, pode até impedir sua realização.
2º
PASSO: ELABORAÇÃO DO PLANO DE TRABALHO
Para evitar
dispersão e perda de tempo no processo de leitura de textos, é importante
levantar os aspectos que serão abordados
sobre o tema. Para isso deve-se elaborar
um esquema provisório de sua revisão de literatura, em que listará de
forma lógica as abordagens que pretende fazer referentes ao tema ou problema de
sua pesquisa. O esquema servirá de guia no processo de leitura e na coleta de
informações nos textos. Veja o exemplo na pesquisa indicada abaixo:
ROCHA, Simone Karla da. Qualidade de vida no trabalho:
um estudo de caso no setor têxtil. 1998. Dissertação (Mestrado em Engenharia
de Produção) Programa de Pós-Graduação
em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis.
Nesta pesquisa a autora escolheu
para realização de sua revisão de literatura:
TEMA
Pressupostos básicos que permeiam a
qualidade de vida no trabalho.
ESTRUTURA (esquema
mostrando os tópicos que seriam abordados)
Evolução Das Teorias Administrativas
Evolução Das Teorias Administrativas
O enfoque da qualidade de vida no
trabalho
A origem e a evolução dos estudos
de qualidade de vida no trabalho
Os conceitos de qualidade de vida
no trabalho
Os modelos para avaliação da
qualidade de vida no trabalho:
Modelos de Hackman e Oldham;
Modelo de Westley;
Modelo de Werther e Davis;
Modelo de Walton.
3º
PASSO: IDENTIFICAÇÃO
Após a definição
do que será abordado na revisão de literatura e a elaboração de um esquema com
os aspectos a serem abordados que servirá de guia para organização do processo
de leitura, você deve identificar o material.
A identificação
implica fazer um levantamento bibliográfico para recuperar as informações sobre
o que já foi publicado sobre o tema e os aspectos que constam no
esquema/sumário dos tópicos. Esse processo requer o uso de obras de referência
para minimizar esforços e recuperar a maior quantidade de informação possível.
Obras de referência, usadas para levantamento bibliográfico, são organizadas
especialmente para facilitar a consulta de itens específicos de informação.
Possuem, geralmente, índices de autores e assuntos /palavras-chave que remetem
às informações arranjadas em itens numerados para facilitar a recuperação.
Bibliografias e Abstracts são publicações disponíveis em papel para
consulta. Bases de dados são disponíveis em meio digital, em CD-ROM ou
eletrõnico via internet.
Outra forma de
fazer levantamento bibliográfico é usando as ferramentas de busca da internet,
as bibliotecas virtuais e os catálogos on-line de bibliotecas disponibilizados
na rede. Também não devem ser desprezadas as indicações bibliográficas feitas
em artigos ou livros disponíveis e lidos sobre o tema da pesquisa.
4º PASSO: LOCALIZAÇÃO
E COMPILAÇÃO
Realizada a identificação
(o levantamento bibliográfico), é necessário que se obtenham os materiais
considerados úteis à realização da pesquisa. Deve-se começar pela Biblioteca
que está mais próxima. Para fazer a compilação, reunião sistemática dos
materiais selecionados e localizados os seguintes recursos: fotocópias,
impressões e a própria aquisição, quando for indispensável.
Os materiais
selecionados para leitura serão analisados e fichados. O fichamento permite que
você reúna as informações necessárias e úteis à elaboração do texto da revisão.
Podem ser elaborados diversos tipos de fichas, como:
Ø
bibliográfica: com dados gerais sobre a obra lida;
Ø
citações: com a reprodução
literal entre aspas e a indicação da
página da parte dos textos lidos de interesse específico para a redação
dos tópicos e itens da revisão;
Ø
resumo: com um resumo indicativo do conteúdo do texto;
Ø
esboço: apresentando as principais ideias do autor lido de forma
esquematizada com a indicação da página do documento lido;
Ø
comentário ou analítico: com a interpretação e a crítica pessoal do pesquisador com
referência às ideias expressas pelo autor do texto lido.
O Fichamento irá
permitir: identificação das obras lidas, aná-
lise de seu conteúdo, anotações de citações, elaboração de críticas e localização das informações lidas que foram consideradas importantes.
lise de seu conteúdo, anotações de citações, elaboração de críticas e localização das informações lidas que foram consideradas importantes.
Para
explicar o que é fichamento é melhor explicar antes o que não é fichamento: não
é resumo, embora possa conter resumos: fichamento não é paráfrase, embora possa
conter paráfrases do autor. Fichamento é basicamente o arquivo do texto que
você lê contendo a referência e o que você entendeu do conteúdo do texto de uma
obra, de um texto ou mesmo de um tema. A seguir algumas dicas de como fazer uma
fichamento:
a) Fichamento de uma
obra ou texto:
*
Referência
*
O que você entendeu a respeito do conteúdo do texto
*
Frases literais (opcional)
Para
fazer o fichamento de uma obra ou texto você deve:
1
Ler o texto inteiro uma vez ininterruptamente
2.
Ler o texto novamente grifando, fazendo anotações e procurando entender o que o
autor quer dizer em cada parágrafo
3.
Fazer o fichamento
b) Fichamento de um
tema
*
O tema
*
Referência de uma obra
*
O que você entendeu sobre o que o autor disse a respeito do tema
*
Frases literais do autor
*
Referência de outra obra
*
O que você entendeu a respeito do que o outro autor disse a respeito do tema e
assim por diante O fichamento de temas se faz pelo mesmo método que o
fichamento de textos.
5º PASSO: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
De posse dos
Fichamentos você fará então, a classificação, a
análise, a interpretação e a crítica das informações coletadas.
análise, a interpretação e a crítica das informações coletadas.
6º PASSO: REDAÇÃO
Na redação do
texto final você deve observar os seguintes critérios: objetividade, clareza,
precisão, consistência, linguagem impessoal e uso do vocabulário técnico.
Recomendações importantes:
Ø O texto deve ter
começo, meio e fim;
Ø Faça um texto
introdutório explicando o objetivo da revisão
de literatura;
de literatura;
Ø Revisão de literatura
não é fazer colagem de citações bibliográficas; então:
Ø
faça uma abertura e um fecho para os tópicos tratados;
Ø preencha as
lacunas com considerações próprias;
Ø
crie elos entre as citações.
Assista
ao seguinte vídeo para mais informações:
https://www.youtube.com/watch?v=8I6XQGMlEKk
SÍNTESE DA AULA
Nesta
aula, você:
Ø Elaborou e
diferenciou objetivos e metas,
Ø Mostrou a importância da revisão de literatura no processo de pesquisa;
Ø Identificou os passos para a elaboração de fichamentos de textos.
O QUE VEM NA PRÓXIMA AULA
Ø Definir o que é pesquisa;,
Ø Mostrar as formas clássicas de
classificação das pesquisas;
Ø Mostrar os métodos que proporcionam
as bases lógicas à investigação científica.
Ø Definir uma proposta metodológica a
ser utilizada pelo projeto.
QUESTÃO 1: Assinale a alternativa em que NÃO há exemplo de objetivo específico:
a) Analisar os motivos da evasão escolar no colégio
“fulano de tal”.
b)
Verificar a relação entre professores e alunos no colégio “fulano de tal”.
c)
Identificar o nível de interesse dos alunos.
d)
Reconhecer as prioridades estabelecidas pelos alunos.
e)
Analisar o círculo de convivência dos alunos extraclasse.
GABARITO: A
QUESTÃO 2: A revisão de literatura é a sistematização
do conhecimento científico acumulado sobre o tema específico do seu projeto. Assinale
a alternativo CORRETA quanto à
revisão de literatura:
a)
Neste tópico do projeto de pesquisa, o pesquisador deve apresentar um texto bem
articulado e bem concentrado no tema específico que acabou sendo escolhido.
b) Neste item do
projeto, a maior importância estará na comparação de documentos publicados em blogs sobre o tema específico.
c) A pesquisa
bibliográfica pode prescindir de uma obra importante sobre o tema específico.
d) A revisão de literatura
do projeto de pesquisa será, por definição, descritiva.
e) Não há problema
se uma contribuição científica muito
importante sobre o tema específico da pesquisa não for incluída na revisão de
literatura.
GABARITO: A
QUESTÃO 3: Para Luna, a revisão de literatura
em um trabalho de
pesquisa pode ser realizada com os seguintes objetivos, EXCETO:
pesquisa pode ser realizada com os seguintes objetivos, EXCETO:
a) determinação do “estado da arte”.
b) revisão teórica.
c) revisão empírica.
d) revisão histórica.
e) revisão social.
GABARITO: E
QUESTÃO 4: Para Luna, a revisão de literatura
em um trabalho de
pesquisa pode ser realizada com vários objetivos. “O pesquisador procura mostrar através da literatura já publicada o que já sabe sobre o tema, quais as lacunas existentes e onde se encontram os principais entraves teóricos ou metodológicos”. Esse objetivo diz respeito a:
pesquisa pode ser realizada com vários objetivos. “O pesquisador procura mostrar através da literatura já publicada o que já sabe sobre o tema, quais as lacunas existentes e onde se encontram os principais entraves teóricos ou metodológicos”. Esse objetivo diz respeito a:
a) revisão empírica
b) revisão teórica.
c)determinação do “estado da arte”.
d) revisão histórica.
e) revisão social.
GABARITO: C
QUESTÃO
5: Assinale
a alternativa com o conceito/definição CORRETO:
a)
Meta é a
descrição daquilo que se pretende alcançar. Objetivo é a definição em termos
quantitativos, e com um prazo determinado.
b) Um objetivo serve
para formular com concretização e objetividade dos resultados desejados, para
planejar ações e para orientar os processos.
c)
No público-alvo, deve-se apontar as pessoas que vão ser envolvidas e se
beneficiar do projeto. Não deve ser indicado quantitativamente.
d) Os objetivos específicos precisam
dar conta da totalidade do problema da pesquisa, devendo ser elaborados com um
verbo de precisão, evitando ao máximo uma possível distorção na interpretação
do que se pretende pesquisar.
e) Os objetivos gerais apresentam, de forma pormenorizada, detalhada, as
ações que se pretende alcançar e estabelecem estreita relação com as
particularidades relativas à temática trabalhada.
GABARITO: B
Ensinando com Projetos
Professora Bianca Della Nina
Aula 3 – Pesquisa e Metodologia
APRESENTAÇÃO
Nesta parte da pesquisa você mostrará
como esta será executada e o desenho metodológico que se pretende adotar: será
do tipo quantitativa, qualitativa, descritiva, explicativa ou exploratória.
Será um levantamento, um estudo de caso, uma pesquisa experimental, etc.
Defina em que população (universo)
será aplicada a pesquisa. Explique como será selecionada a amostra e o quanto
esta corresponde percentualmente em relação à população estudada.
Indique como pretende coletar os
dados e que instrumentos de pesquisa pretende usar: observação, questionário,
formulário, entrevistas. Elabore o instrumento de pesquisa e anexe ao projeto.
Indique como irá tabular os dados e
como tais dados serão analisados. Indique os passos de desenvolvimento do
modelo ou produto se a dissertação ou tese estiver direcionada para tal
finalidade.
A denominação Metodologia poderia
ser substituída por Procedimentos Metodológicos ou Materiais e Métodos
OBJETIVOS DESTA AULA
Ø Definir o que é pesquisa;,
Ø Mostrar as formas clássicas de classificação
das pesquisas;
Ø Mostrar os métodos que proporcionam
as bases lógicas à investigação científica.
Ø Definir uma proposta metodológica a
ser utilizada pelo projeto.
SAIBA
MAIS
BARROS, Aidil de
Jesus Paes de; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Projeto de pesquisa: propostas
metodológicas. Petrópolis: Vozes, 1999.
FEYERABEND, Paul. Contra o método. Rio de Janeiro: Francisco Alves,
1989.
GEWANDSZNAJDER, Fernando. O que é o método científico.
São Paulo: Pioneira, 1989.
OLIVEIRA, Silvio Luiz, Tratado de metodologia científica. São Paulo. Pioneira, 1997.
POPPER, Karl. A lógica da pesquisa científica. São Paulo:
Cultrix: 1993.
SEVERINO, Antônio .Joaquim, Metodologia do trabalho
científico. São Paulo: Cortez, 2000.
REFERÊNCIAS
DEMO, Pedra. Pesquisa
e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.
1996.
DEMO, Pedro. Avaliação
qualitativa. São Paulo: Cortez, 1991,
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.
____________.
Como
elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do
trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1991.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do
conhecimento. São Paulo: Hucitec,1993.
PESSOA, Walter. A coleta de dados na pesquisa empírica. Disponível em: <http.www.cgnet.com.br
/ -walter / artigo.html>. Acesso em: 19 fev. 2016.
RUDIO, Franz Victor.
Introdução ao projeto de pesquisa. 31.ed.Petrópolis: Vozes, 2003.
SILVA, Edna Lúcia da
Silva e MENEZES, Estera Muszhat. Metodologia
da pesquisa e elaboração de dissertação. Universidade Federal de Santa
Catarina. Florianópolis, 2001.
TRIVINOS,
Augusto N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa
qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1992.
THOMAS, J.R.; NELSON, J.K. Métodos de pesquisa em
atividade física. 3
ed. Porto Alegre, Artmed Editora, 2002.
ATIVIDADES
Relacione:
1. Pesquisa Qualitativa
2. Pesquisa Quantitativa
( ) Esta pesquisa é a mais comum no mercado e
prioriza apontar numericamente a frequência e a intensidade dos comportamentos
dos indivíduos de um determinado grupo, ou população
( ) Esta pesquisa está mais relacionada no levantamento
de dados sobre as motivações de um grupo, em compreender e interpretar
determinados comportamentos, a opinião e as expectativas dos indivíduos de uma
população.
( ) Os
meios de coleta de dados são estruturados e entre eles estão a entrevista
individual e os questionários (on-line, de autopreenchimento, por telefone,
presencial, etc.), e muitos outros recursos, sempre com perguntas objetivas e
muito claras.
( ) Os
recursos mais usados nesta pesquisa são
as entrevistas semiestruturadas em profundidade, observação em campo (observar o
comportamento do consumidor, por exemplo), entrevistas por telefone, etc.
( ) Esta
pesquisa é ótima para aprofundar conhecimentos já quantificados ou quando
deseja-se criar uma base de conhecimentos para só depois quantificá-los.
( ) Como exemplo desta pesquisa
podemos citar a prática constante em anos eleitorais: a pesquisa de intenção de
votos, que busca estimar através da amostra o número total de eleitores que votariam em cada
candidato.
( ) Esta pesquisa é indicada quando há a
necessidade, por exemplo, de entender a percepção do cliente quanto a um novo
produto, compreender a escolha de voto dos eleitores, analisar o modo de
trabalho da concorrência, indicar as melhores ações para uma campanha de marketing,
etc.
GABARITO:
2 – 1 - 2 – 1 – 1 – 2 – 1.
Antes de entrarmos no item metodologia, propriamente dito, há duas perguntas muito importante, que devem
ser respondidas: o que é pesquisa? o que é ser um bom pesquisador?
1.
AFINAL, O QUE É SER UM BOM
PESQUISADOR?
Alguns atributos pessoais são
desejáveis para se ser um bom pesquisador. Para Gil (1999), um bom pesquisador
precisa, além do conhecimento do assunto, ter curiosidade, criatividade,
integridade intelectual e sensibilidade social. São igualmente importantes a
humildade para ter atitude autocorretiva, imaginação disciplinada, a
perseverança, a paciência e a confiança na experiência.
Atualmente, o sucesso como
pesquisador está vinculado, cada vez mais, à sua capacidade de captar recursos,
enredar pessoas para trabalhar em sua equipe e fazer alianças que proporcionem
a tecnologia e os equipamentos necessários para o desenvolvimento de sua
pesquisa. Quanto maior for o seu prestígio e reconhecimento, obtidos pelas suas
publicações, maior será o seu poder de persuasão e sedução no processo de fazer
aliados.
2.
O QUE É PESQUISA?
Essa pergunta pode ser respondida de
muitas formas.
Pesquisar significa, de forma bem
simples, procurar respostas para
indagações
propostas.
Minayo (1993), vendo por um prisma
mais filosófico, considera a pesquisa como "atividade básica das ciências
na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática teórica
de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e
permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se
esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados".
Demo (1996) insere a
pesquisa como atividade cotidiana considerando-a como uma atitude, um "questionamento sistemático e crítico
e criativo, mais a intervenção competente na realidade, ou o diálogo crítico
permanente com a realidade em sentido teórico e prático".
Para Gil (1999), a pesquisa tem um
caráter pragmático, é um "processo formal e sistemático de desenvolvimento
do método científico. O objetivo
fundamental da pesquisa é descobrir
respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos".
Pesquisa é um
conjunto de ações, propostas para encontrar a solução para um problema, que têm
por base procedimentos racionais e sistemáticos. A pesquisa é realizada quando
se tem um problema e não se tem informações para solucioná-la.
2.1 CLASSIFICAÇÕES
DAS PESQUISAS
Existem várias
formas de classificar as pesquisas. As formas clássicas de classificação serão
apresentadas a seguir:
Do ponto de vista da sua natureza, pode ser:
Ø
Pesquisa Básica: objetiva gerar
conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática
prevista. Envolve verdades e interesses universais.
Ø
Pesquisa Aplicada; objetiva gerar conhecimentos para aplicação
prática dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e
interesses locais.
Do ponto de vista da forma de abordagem do problema pode ser:
Ø Pesquisa
Quantitativa: considera
que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e
informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de
técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão,
coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.) .
Ø Pesquisa
Qualitativa: considera
que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo
indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode
ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de
significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso
de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para
coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu
significado são os focos principais de abordagem.
|
PESQUISA
QUANTITATIVA
|
PESQUISA
QUALITATIVA
|
QUANTO À AMOSTRA
|
Por utilizarem amostras
representativas da população, projetam seus resultados para a população.
|
Os seus resultados não são
projetados para a população, já que utilizam normalmente amostras pequenas.
|
QUANTO À ENTREVISTA
|
Os pesquisadores selecionam
previamente os entrevistados quanto às características de interesse. Aqui, as
entrevistas são feitas sempre individualmente.
|
Na pesquisa qualitativa as
entrevistas são geralmente discussões em grupo, ou seja, um bate papo em que
são gravados os depoimentos do grupo entrevistado. Podem ocorrer também
entrevistas pré-agendadas, as chamadas entrevistas em profundidade, em que
ocorre privacidade, ou seja, cada entrevistado é ouvido individualmente. Não
há nenhum critério pré-definido quanto à escolha dos entrevistados.
|
QUANTO AO QUESTIONÁRIO
|
Os entrevistados respondem a um
questionário bem estruturado, construído por perguntas claras e objetivas
responsáveis pela uniformidade do entendimento dos entrevistados.
|
Há um roteiro a ser seguido
pelo entrevistador e os entrevistados têm seus depoimentos gravados e
posteriormente avaliados.
|
QUANTO AO RELATÓRIO
|
O relatório consta também da apresentação
dos dados obtidos (tabelas e gráficos).
|
O relatório é constituído de
interpretações e conclusões do roteiro aplicado pelo entrevistador.
|
Do ponto de vista de seus objetivos (Gil, 2004), pode ser:
Ø
Pesquisa Exploratória: visa a proporcionar
maior familiaridade om o problema com vistas a torná-lo explícito ou a
construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas
com o problema pesquisado: análise de exemplos que estimulem a
compreensão. Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos
de Caso.
Ø
Pesquisa Descritiva: visa a descrever as características
de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre
variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados:
questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de
Levantamento.
Ø
Pesquisa Explicativa: visa a identificar os fatores que
determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos, aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão. o "porquê" das
coisas. Quando realizada nas ciências naturais, requer o uso do método
experimental, e nas ciências sociais
requer o uso elo método observacional.
Assume, em geral, a formas de Pesquisa Experimental e Pesquisa Expost - facto.
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos (Gil, 2004), pode ser:
Ø Pesquisa
Bibliográfica: quando
elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de
livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet.
Ø Pesquisa Documental:
quando elaborada a partir de
materiais que não receberam tratamento analítico.
Ø Pesquisa
Experimental: quando
se determina um objeto de estudo,
selecionam-se as variáveis que
seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as formas de controle e de
observação dos efeitos que a variável produz no objeto.
Ø Levantamento: quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas
cujo comportamento se deseja conhecer.
Ø Estudo de caso: quando envolve o
estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado
conhecimento.
Ø Pesquisa
Expost-Facto: quando
o "experimento" se realiza depois dos fatos.
Ø Pesquisa-Ação: quando concebida e
realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema
coletivo. Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do
problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
Ø Pesquisa
Participante: quando
se desenvolve a partir da interação entre pesquisadores e membros das situações
investigadas.
2.2 O PLANEJAMENTO DA PESQUISA
Pesquisa é a
construção de conhecimento original de acordo com certas exigências científicas. Para que seu estudo seja considerado
científico você deve obedecer aos critérios de coerência, consistência, originalidade
e objetivação. desejável que uma pesquisa científica preencha os seguintes
requisitos: "a) a existência de uma pergunta que se deseja responder; b) a
elaboração de um conjunto de passos que permitam chegar à resposta; c) a indicação
do grau de confiabilidade na resposta
O planejamento de
uma pesquisa dependerá basicamente de três fases:
Ø Fase decisória: referente à escolha
do tema, à definição e à delimitação do problema de pesquisa;
Ø Fase construtiva: referente à
construção de um plano de pesquisa e à execução da pesquisa propriamente dita;
Ø Fase redacional: referente à análise
dos dados e informações obtidas na fase construtiva. É a organização das ideias
de forma sistematizada visando à elaboração do relatório final. A apresentação
do relatório de pesquisa deverá obedecer às formalidades requeridas pela
Academia.
3. MÉTODOS CIENTÍFICOS
A investigação
científica depende de um "conjunto de procedimentos intelectuais e
técnicos" (Gil, 1999) para que seus
objetivos sejam atingidos: os
métodos científicos.
Método
científico é o conjunto de processos ou operações mentais que se devem empregar
na investigação. É a linha de raciocínio adotada no processo de pesquisa. Os
métodos que fornecem as bases lógicas à investigação são: dedutivo. indutivo,
hipotético-dedutivo, dialético e fenomenológico (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI,
1993).
De forma breve
veia a seguir em que bases lógicas estão pautados tais métodos.
3.1
MÉTODO DEDUTIVO - Método proposto pelos racionalistas Descartes. Spinoza e Leibniz
que pressupõe que só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. O raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar o conteúdo das
premissas. Por intermédio de uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, de
análise do geral para o particular, chega a uma conclusão. Usa o silogismo,
construção lógica para, a partir de duas premissas, retirar uma terceira
logicamente decorrente das duas primeiras, denominada de conclusão (GIL, 1999;
LAKATOS; MARCONI, 1993). Veja um clássico exemplo de raciocínio dedutivo:
Todo homem é
mortal. .................................. (premissa
maior)
Pedra é homem ............................................ (premissa
menor)
Logo, Pedro é
mortal!. ................................... (conclusão)
3.2 MÉTODO
INDUTIVO - Método proposto pelos empiristas Bacon, Hobbes, Locke e
Hume. Considera que o conhecimento é fundamentado na experiência, não levando
em conta princípios preestabelecidos. No raciocínio indutivo a generalização
deriva de observações de casos da realidade concreta. As constatações
particulares levam à elaboração de generalizações (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI,
1993). Veja um clássico exemplo de raciocínio indutivo:
Antônio é
mortal.
João é mortal.
Paulo é mortal.
Carlos é mortal.
Ora, Antônio,
João, Paulo ... e Carlos são homens.
Logo, (todos) os
homens são mortais.
3.3 MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO - Proposto por Popper, consiste na adoção da seguinte linha
de raciocínio: "quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o problema.
Para tentar explicar a dificuldade expressa no problema são formuladas
conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se consequências,
que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa tornar falsas as
consequências deduzidas das hipóteses. Enquanto no método no método dedutivo se
procura a todo custo confirmar a hipótese, o método hipotético-dedutivo, ao
contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la" (GIL, 1999).
3.4 MÉTODO DIALÉTICO - Fundamenta-se na dialética proposta
por Hegel, na qual as contradições se transcendem dando origem a novas contradições
que passam a requerer solução. É um método de interpretação dinâmica e
totalizante da realidade. Considera que os fatos não podem se considerado' fora
de um contexto social, político, econômico etc. Empregado em pesquisa
qualitativa (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993).
3.5 MÉTODO FENOMENOLÓGICO - Preconizado por
Husserl, o método fenomenológico não é dedutivo nem indutivo. Preocupa-se com a
descrição direta da experiência tal
como ela é . A realidade é construída
socialmente e entendida como o
compreendido, o interpretado, o comunicado. Então, a realidade não é única:
existem tantas quantas forem as suas interpretações e comunicações. O sujeito /
ator é reconhecidamente importante no processo de construção do conhecimento (GIL, 1999; TRIVINOS, 1992). Empregado em pesquisa
qualitativa.
IMPORTANTE: Na era do caos. do indeterminismo e da incerteza. os
métodos
científicos andam com seu prestígio abalado. Apesar da sua reconhecida importância, hoje, mais do que nunca, se percebe que a ciência não é fruto de um roteiro de criação totalmente previsível. Portanto, não há apenas uma maneira de raciocínio capaz de dar conta do complexo mundo das investigações científicas. O ideal seria empregar métodos, e não um método em particular, que ampliem as possibilidades de análise e obtenção de respostas para o problema proposto na pesquisa.
científicos andam com seu prestígio abalado. Apesar da sua reconhecida importância, hoje, mais do que nunca, se percebe que a ciência não é fruto de um roteiro de criação totalmente previsível. Portanto, não há apenas uma maneira de raciocínio capaz de dar conta do complexo mundo das investigações científicas. O ideal seria empregar métodos, e não um método em particular, que ampliem as possibilidades de análise e obtenção de respostas para o problema proposto na pesquisa.
4. METODOLOGIA (PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS OU
MATERIAIS E MÉTODOS)
Metodologia. é
o caminho traçado para atingir os objetivos do projeto. Em alguns casos, como
nas ciências exatas ou biológicas, já se dispõem de metodologias consagradas
que podem ser entendidas como um conjunto de procedimentos replicáveis em
qualquer situação por diferentes pesquisadores. No caso dos trabalhos sobre
meio ambiente, - que envolvem diversos campos do conhecimento - nem sempre
disporemos de metodologias preestabelecidas. Devemos, portanto, elaborar um
conjunto de procedimentos que, articulados numa sequência lógica, permitam
atingir os objetivos preestabelecidos pelo projeto. É muito importante estar
atento à coerência lógica dos procedimentos adotados e à sua relação com os
objetivos do projeto. Se os seus objetivos específicos estiverem claramente
definidos será muito mais fácil elaborar a metodologia de seu projeto.
1º PASSO:
1)
Defina uma proposta metodológica a ser utilizada pelo projeto, descrevendo:
Ø
Como
o projeto será desenvolvido;
Ø
Qual
a dinâmica de implementação;
Ø
Como
ele será operacionalizado;
Ø
Quais
os instrumentos de execução;
Ø
Qual
a forma de condução;
2)
Descrever, sequencialmente, o passo a passo do desenvolvimento do projeto. De
acordo com Thomas e Nelson (2002), existem dois princípios que se devem
observar:
Menos é mais
Simples é melhor
3)
Classifique a pesquisa:
Do ponto de vista da sua natureza (básica ou
aplicada)
Do ponto de vista de seus objetivos (exploratória, descritiva, explicativa)
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos
(bibliográfica, documental, experimental, levantamento, estudo de caso,
espost-facto, pesquisa-ação, participante)
Para
que serve classificar a pesquisa?
Ø Permite que o
pesquisador reconheça em detalhes as características do trabalho que ele
próprio está realizando;
Ø Aumenta sobremaneira
a intimidade do pesquisador com a sua pesquisa permitindo a movimentação mais
acertada e eficaz durante as investigações.
2º PASSO
1)
Faça a opção metodológica - É a metodologia o conjunto filosófico e político de
caminhos que definem o trabalho do investigador. (indutivo, dedutivo,
hipotético-dedutivo, dialético, fenomenológico)
3º PASSO
1)
Escolha as ferramentas
Chama-se de
“instrumento de pesquisa” o que é utilizado para a coleta de dados. Aqui, vamos
considerar o questionário e a entrevista. Estes dois instrumentos têm, de
comum, o fato de serem constituídos por uma lista de indagações que,
respondidas, dão ao pesquisador as informações que ele pretende atingir. A
diferença entre um e outro é ser o questionário feito de perguntas, entregues
por escrito ao informante e às quais ele também responde por escrito, enquanto
que, na entrevista, as perguntas são feitas oralmente, quer a um indivíduo em
particular quer a um grupo, e as respostas são registradas, geralmente pelo
próprio entrevistador.
Os questionários e
entrevistas possuem técnicas próprias de elaboração e aplicação, que precisam
ser obedecidas, como garantias para sua validade e fidedignidade.
A entrevista é um
diálogo preparado com objetivos definidos e uma estratégia de trabalho. O
questionário é um conjunto de questões pré-elaboradas, sistemáticas e sequencialmente
dispostas em itens que constituem o tema de pesquisa.
Geralmente se
preferem, para o questionário, perguntas fechadas e, para a entrevista,
perguntas abertas ou simplesmente tópicos. De fato, como nesta última o
entrevistador se encontra junto ao informante, bastam apenas indicações mais
amplas, podendo fazer, no momento oportuno, as adaptações e complementações que
forem necessárias, o que não acontece no questionário em que o informante se
encontra sozinho e sem nenhuma ajuda.
Perguntas fechadas
são as que alguém responde assinalando uma das alternativas, já anteriormente
fixada no formulário.
1.1)
O QUESTIONÁRIO
Recomendam-se os
seguintes cuidados na elaboração de um questionário:
1) Não errar quando
se referir à época (histórica, duração de tempo, períodos, etc.).
2) Evitar perguntas
que induzam à resposta determinada.
3) Evitar perguntas
embaraçosas.
4) Facilitar a
memória do informante.
5) Ter cuidado com o
fator emocional.
6) Facilitar a
tabulação.
7) Ter cuidado com a
ordem. A ordem em que são apresentadas as opções deve ser mudada a cada
pergunta. Isso porque há uma tendência em escolher a primeira ou a última da
lista.
8) Usar, sempre que
possível, os seguintes tipos de
perguntas:
Ø Perguntas
alternativas: são as que têm como resposta sim ou não, sei ou não sei, conheço
ou não conheço, etc.
Ø Perguntas de
graduação: são as que têm alternativas como: muito, suficiente, pouco, nada,
maior, igual, menor, ...
Ø Perguntas que adotam
escalas convencionais. Exemplo: Indique a preferência usando a escala: -4, -3,
-2, -1, 0, 1 , 2 , 3 ,4.
Ø Perguntas
encadeadas: é uma série de perguntas, cuja ordenação faz com que fique
subordinada à outra.
Ø Bateria de
perguntas: é uma série de perguntas que se integram mutuamente, como se fossem
uma só pergunta.
1.2 ) A ENTREVISTA
Entrevista é
uma conversa entre duas ou mais pessoas (os entrevistador(es) e o(s)
entrevistado(s)) onde perguntas são feitas pelo entrevistador de modo
a obter informação necessária por parte do entrevistado. As principais
entrevistas para pesquisa de fenômenos sociais são:
Ø
Estruturada – é quando a
relação de perguntas é construída e seguida sem variação. Em geral ela
contempla perguntas objetivas;
Ø
Semiestruturada – a lista de
pergunta ainda existe, mas não são objetivas e dão vazão a desdobramentos (até
mesmo perguntas não previstas);
Ø
Aberta – também conhecida
como painel, é caracterizada pela preparação de um roteiro de temas (de
preferência em forma de tópicos) por parte do pesquisador que deve conduzir o
diálogo permitindo ao entrevistado o máximo de liberdade.
5.
PLANEJAMENTO OPERACIONAL DA PESQUISA
O planejamento
operacional da pesquisa consiste em prever as ações que deverão ser efetuadas
para aplicar a estratégia da pesquisa escolhida. Estas ações dizem respeito à
seleção da população a ser estudada, à definição das variáveis e à coleta de
dados, assim como à análise dos dados recolhidos.
5.1 População: Toda questão de
pesquisa define um universo de objetos aos quais os resultados do estudo
deverão ser aplicados. A população alvo, também chamada população
estudada, é composta de elementos distintos possuindo certo número de
características comuns. Estes elementos, chamados de unidades populacionais,
são as unidades de análise sobre as quais serão recolhidas informações. Uma
população é um conjunto de pessoas, objetos, acontecimentos ou fenômenos com
pelo menos uma característica comum.
5.2
Amostra: Uma amostra é um subconjunto de indivíduos
da população alvo. Para que as generalizações sejam válidas, as características
da amostra devem ser as mesmas da população. Existem dois tipos de amostras:
5.2.1 Probabilísticas - amostras em
que todos os
sujeitos incluídos na grelha de amostragem têm a mesma probabilidade (diferente
de zero) de serem escolhidos para virem a integrar a amostra.
a) Amostragem aleatória simples - É a seleção por meio
de sorteio. Inicialmente, devemos listar ou numerar de um a N a população a ser
analisada, e posteriormente selecionar uma amostra de pelo menos 10% da
população mediante a um sorteio. Para o sorteio, pode-se fazer uso da tabela de
números aleatórios.
b) Amostragem sistemática - Esse método é
um procedimento para a amostragem aleatória utilizado quando os elementos da
população já se acham ordenados.
Exemplo: Uma escola mantém um arquivo contendo os
registros de antigos alunos. Entre um total de 10 000 fichas, podemos tirar de
forma sistemática uma ficha a cada 10, totalizando uma amostragem de 1000
fichas. Para garantir a mesma probabilidade para cada ficha da amostra, deverá
ser feito um sorteio da primeira ficha entre as 10 primeiras.
Supondo que a
primeira ficha sorteada foi a de número 4, as fichas que compõem a amostra são:
{4, 14, 24, 34, 44,...,9984}.
c)
Amostragem estratificada - Considera a população dividida em
subconjuntos, em que cada subconjunto recebe o nome de estrato e apresenta uma
característica comum entre seus elementos.
Exemplo: suponha uma empresa com 84 funcionários, em
que 25 pessoas são do sexo feminino e as 59 restantes são do sexo masculino. A
população é constituída pelos 84 funcionários: N = 84 (100%). Um dos estratos é
constituído pelos funcionários do sexo masculino: N1 = 59 (70%). O Outro
estrato é constituído pelos funcionários do sexo feminino: N2 = 25 (30%). A
composição da amostra deve manter a mesma proporção dos estratos.
Assim:
Amostra = 9
elementos
n1 = 0,70 x 9 = 6
homens e n2 = 0,30 x 9 = 3 mulheres
5.2.2
Não probabilísticas - São técnicas em que
há uma escolha deliberada dos elementos da população, que não permite
generalizar os resultados das pesquisas para a população, pois amostras não
garantem a representatividade desta.
a) Amostragem Acidental - Trata-se da formação de amostras por
aqueles elementos que vão aparecendo. Este método é utilizado, geralmente, em
pesquisas de opinião, em que os entrevistados são acidentalmente escolhidos.
Exemplo: Pesquisas de opinião em praças públicas, ruas movimentadas de grandes
cidades, etc.
b) Amostragem Intencional (ou por Julgamento) - Os
elementos que farão parte da amostra são escolhidos intencionalmente pelo
pesquisador, dentro de determinados critérios, como por exemplo, por pertencer
a um determinado grupo julgado como de interesse pelo pesquisador.
Exemplo: Em uma pesquisa sobre preferência por determinado cosmético, o
pesquisador entrevista os frequentadores de um grande salão de beleza.
c) Amostragem por Quotas - Método
comumente usado em pesquisas de mercado e em pesquisas eleitorais. Envolve três
fases:
Ø Classificação
da população por atributos que se presumam relevantes para a variável em
estudo. Por exemplo: bairro, sexo, idade, estado civil, etc.
Ø Determinação
da proporção na população para cada atributo escolhido.
Ø Fixação
de quotas para cada entrevistador, a quem caberá selecionar os entrevistados de
forma que a amostra total contemple as mesmas proporções dos atributos que a
população, conforme estabelecido no item b.
d) Amostragem Voluntária - Ocorre
quando o componente da população se oferece voluntariamente para participar da
pesquisa, independentemente do julgamento do pesquisador.
IMPORTANTE: Existem várias técnicas de amostragem, cada
uma tem vantagens e desvantagens, e a escolha deverá ser feita pelo pesquisador
de acordo aos objetivos propostos pela pesquisa, de forma a garantir (tanto
quanto possível) o sucesso da pesquisa e dos resultados. Deve haver critério
para a seleção desses elementos; cada elemento da população deve ter a mesma
chance de ser escolhido para garantir à amostra o caráter de representatividade.
EXEMPLO DE TEXTO
A pesquisa a ser realizada neste
trabalho pode ser classificada como (classificação). Isso porque deve a
pesquisa em mão (explica a classificação).
Quanto à metodologia, o trabalho em
mão faz a opção pelo método (identifique o método). Esta opção se justifica
porque o método escolhido permite (justificativa da escolha do método).
Quanto ao procedimento, este trabalho realizar-se-á por meio de observação (direta e/ou indireta), porque (explica a opção feita). A pesquisa utilizar-se-á de (ferramenta de documentação de dados) com (detalhamento). Essas ferramentas permitiram (justifica a escolha das ferramentas). O material documentado, bem como, as respectivas análises serão organizadas em relatório de pesquisa componente do estudo monográfico que se pretende construir.
SÍNTESE DA AULA
Nesta
aula, você:
Ø Definiu o que é pesquisa;,
Ø Mostrou as formas clássicas de
classificação das pesquisas;
Ø Mostrou os métodos que proporcionam
as bases lógicas à investigação científica.
Ø Definiu uma proposta metodológica a
ser utilizada pelo projeto.
O QUE VEM NA PRÓXIMA AULA
Ø Identificar os
elementos de um projeto de pesquisa;
Ø Conceituar avaliação
e seus tipos;
Ø Elaborar uma
avaliação de riscos e um cronograma;
Ø Elaborar citações e
referências;
Ø Conceituar e
diferençar anexo e apêndice.
QUESTÃO 1: “Considera que tudo
pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações
para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas
estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de
correlação, análise de regressão, etc.).” Estamos falando de pesquisa:
a)
básica
b)
aplicada
c)
quantitativa
d)
qualitativa
e)
referencial
GABARITO: C
QUESTÃO 2: “Fundamenta-se na dialética proposta por Hegel, na qual as contradições se
transcendem dando origem a novas contradições que passam a requerer solução. É
um método de interpretação dinâmica e totalizante da realidade. Considera que
os fatos não podem se considerado' fora de um contexto social, político,
econômico etc. Empregado em pesquisa qualitativa.” Estamos falando do método:
a) indutivo
b) dedutivo
c)
hipotético-dedutivo
d) dialético
e) fenomenológico
GABARITO: D
QUESTÃO 3: “É a seleção por
meio de sorteio. Inicialmente, devemos listar ou numerar de um a N a população
a ser analisada, e posteriormente selecionar uma amostra de pelo menos 10% da
população mediante a um sorteio. Para o sorteio, pode-se fazer uso da tabela de
números aleatórios.” Estamos falando da amostragem:
a)
sistemática
b)
aleatória simples
c)
estratificada
d)
acidental
e)
intencional
GABARITO: B
QUESTÃO 4: “Quando elaborada a
partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos
de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet. “ Estamos falando de:
a)
Pesquisa-Ação
b)
Pesquisa Expost-Facto
c)
Pesquisa Experimental
d)
Pesquisa Documental
e)
Pesquisa Bibliográfica
GABARITO:
E
QUESTÃO 5: Assinale a
alternativa CORRETA quanto à
pesquisa qualitativa e à quantitativa:
a) Na pesquisa quantitativa, os
seus resultados não são projetados para a população, já que utilizam
normalmente amostras pequenas.
b) Na pesquisa quantitativa, os
pesquisadores selecionam previamente os entrevistados quanto às características
de interesse. Aqui, as entrevistas são feitas sempre individualmente.
c) Na pesquisa qualitativa, há
um roteiro a ser seguido pelo entrevistador e os entrevistados têm seus
depoimentos gravados e posteriormente avaliados.
d) Na pesquisa quantitativa, o
relatório é constituído de interpretações e conclusões do roteiro aplicado pelo
entrevistador.
e) A Pesquisa Quantitativa considera que
tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e
informações para classificá-las e analisá-las, enquanto que a Pesquisa Qualitativa considera que há
uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo
indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode
ser traduzido em números.
GABARITO: E
Ensinando com Projetos
Professora Bianca Della Nina
Aula 4 – Etapas Finais de um Projeto Didático
APRESENTAÇÃO
Continuamos com
nossa elaboração das etapas de um projeto didático. Nesta aula, veremos mais
alguns aspectos primordiais que influem para um projeto de sucesso, como
recursos, avaliação e cronograma. Veremos também como colocar no trabalho citações
e referências e a diferença entre anexo e apêndice.
Há que se monitorar para depois avaliar. O
monitoramento consiste, basicamente, em acompanhar o andamento do projeto no
dia a dia, verificar se o plano de ação está sendo cumprido e se as metas estão
sendo alcançadas. O monitoramento possibilita a identificação de problemas e
possibilita solução.
A avaliação, por sua vez, destina-se a verificação
dos indicadores quantitativos e qualitativos definidos para o projeto em
questão, onde são postos à prova os mecanismos de gestão adotados pela
entidade. A avaliação permite identificar pontos críticos e proporciona a
resolução desses antes que comprometam o resultado final do projeto. Daí a
importância de criarem-se instrumentos de avaliação eficazes.
Vamos analisar como isso pode ser feito de modo a
garantir o sucesso do projeto.
OBJETIVOS DESTA AULA
Ø Identificar os
elementos de um projeto didático;
Ø Conceituar avaliação
e seus tipos;
Ø Elaborar uma
avaliação de riscos e um cronograma;
Ø Elaborar citações e
referências;
Ø Conceituar e
diferençar anexo e apêndice.
SAIBA MAIS
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos
de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1993-
LEITE, Lúcia Helena
Alvarez. Pedagogia de Projetos:
intervenção no presente. Revista Presença Pedagógica, v. 2, n 08. Belo
Horizonte: Dimensão, Mar./Abr., 1998.
POPPER, Karl. A lógica da pesquisa científica. São
Paulo: Cultrix, 1993.
SALVADOR, Ângelo
Domingos. Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica. Porto Alegre:
Sulina, 1978.
REFERÊNCIAS:
ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR14724:
2005.: informação e documentação – trabalhos acadêmicos – apresentação.
ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR6023:2000: informação e
documentação – referências – elaboração..
ASTOLFI, J. P. El error, un medio para enseñar.
Sevilla: Diada, 1999.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.
GIL,
A.C. Como elaborar projetos de pesquisa.
4.ed. São Paulo: Atlas, 2004.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do
trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1991.
LUNA, Sergio Vasconcelos de. Planejamento de pesquisa: uma introdução. São Paulo: EDUC,
1997.
NERY, A. Modalidades organizativas do trabalho pedagógico.
Brasília: MEC, 2007
RUDIO, Franz Victor.
Introdução ao projeto de pesquisa
científica. 31.ed. Petrópolis: Vozes, 2003.
OLIVEIRA, Silvio Luiz, Tratado de metodologia científica. São Paulo: Pioneira, 1997.
SILVA, Edna Lúcia da
Silva e MENEZES, Estera Muszhat. Metodologia
da pesquisa e elaboração de dissertação. Universidade Federal de Santa
Catarina. Florianópolis, 2001.
http://sites.petrobras.com.br/minisite/desenvolvimentoecidadania/roteiro/como-avaliar-o-projeto.asp
GLOSSÁRIO
Deliverables -
produtos a entregar, produtos de uma atividade, Resultado esperado. Uma entrega ou deliverable é, na
terminologia do gerenciamento de projeto, um objeto tangível ou intangível
produzido como resultado da execução do projeto. Uma entrega é normalmente uma
coisa aceitável
ou propósito que pode ser resultado
da execução de uma tarefa. Coisa
no sentido de tangível (item, artigo, entidade) e Propósito no sentido de intangível (ponto,
ideia, objetivo, intenção)
ATIVIDADES
Leia e
responda:
1.
Quais
são as deliverables deste projeto?
2.
Qual
a justificativa para implantação deste projeto?
3.
Qual
o prazo para a entrega das deliverables?
Construção de um
motel
A empresa “Algo Mais
Empreendimentos – (AME)” identificou a entrada no ramo de operação de motéis
como sendo uma excelente oportunidade de negócio, por ser extremamente
lucrativo e apresentar um curto período de retorno, tendo em vista que a
demanda vem apresentando crescimento significativo em relação a outras áreas de
entretenimento. Tal crescimento é decorrente do aumento da violência nas
grandes cidades e do aumento da liberdade sexual. O produto projeto consiste em
pesquisar o melhor local, adquirir o terreno, elaborar o projeto, construir,
contratar e treinar o pessoal, obter licenças e elaborar a 1ª divulgação do
empreendimento. O motel deve estar concluído em um ano e deve ter as seguintes características:
prédio em dois pavimentos, com 30 suítes e garagens privativas; cozinha de
nível internacional; edificação separada para apoio administrativo e de
funcionários; área de lavanderia e armazenagem de material; guarita de acesso;
localização próxima a não mais que dez minutos do principal centro de lazer da
cidade (boates e bares); serviços de acompanhante e massagem para ambos os
sexos; butique com acessórios apropriados. O estabelecimento, a ser entregue
pronto para o seu funcionamento, deve ser de altíssimo luxo, padrão cinco
estrelas, para atender as classes A e B. As suítes serão temáticas, atendendo
aos mais variados clientes e gostos.
GABARITO:
1. O produto projeto
consiste em pesquisar o melhor local, adquirir o terreno, elaborar o projeto,
construir, contratar e treinar o pessoal, obter licenças e elaborar a 1ª
divulgação do empreendimento.
2. A empresa “Algo Mais
Empreendimentos – (AME)” identificou a entrada no ramo de operação de motéis
como sendo uma excelente oportunidade de negócio, por ser extremamente
lucrativo e apresentar um curto período de retorno, tendo em vista que a
demanda vem apresentando crescimento significativo em relação a outras áreas de
entretenimento.
3. Um ano.
1.
RECURSOS
Os recursos representam as pessoas, os equipamentos
ou o material utilizados para executar um projeto ou uma tarefa. Exemplos de
recursos são computador e Funcionário.
Há dois tipos de recursos: recursos individuais e recursos em massa. Os recursos individuais
são recursos em que uma instância específica é necessária, enquanto os recursos
em massa são recursos em que qualquer instância de um tipo de recurso de um
conjunto pode ser utilizado. Os recursos individuais incluem pessoas e
computadores, e os recursos em massa incluem energia e água.
Os recursos em massa podem representam o material
utilizado para executar um projeto ou tarefa. Os recursos podem ser não
consumíveis (como funcionários, veículos ou equipamento) ou consumíveis (como
combustível ou papel de impressora). Os recursos consumíveis diminuem ou até
acabam durante o processo.
2. AVALIAÇÃO
A avaliação de um
projeto não nos parece tão simples, nem o consenso sobre o seu valor se mostra
tão tranquilo porque implicitamente deve responder à questão: o que constitui
um trabalho de pesquisa confiável, ou seja, capaz de produzir conhecimentos
novos e, possivelmente, relevantes? Consequentemente o problema do avaliador de
um projeto é descobrir indícios de que o projeto será conduzido de maneira a
produzir conhecimentos novos e relevantes. Como diz Astolfi (1999): “Todo saber
autêntico e vivo comporta seu halo de bruma e suas zonas obscuras, o que nos
levaria a dedicar um verdadeiro elogio à imperfeição”
Deve ser feita uma
avaliação do aluno e do projeto.
2.1 DO ALUNO
São dois os eixos de
aprendizagem que podem ser considerados na avaliação:
Ø o conteúdo;
Ø o aprofundamento no tema;
As respostas dadas pelos alunos ao longo do
processo dão pistas sobre o que já foi compreendido e no que ainda é preciso
avançar, assim como os momentos de sistematização dos conteúdos - quando a
turma define com suas palavras os conceitos estudados. O processo permite
diminuir a incerteza do professor e do aluno porque nele se passam a limpo os
conteúdos ensinados e aprendidos. Outra boa estratégia é, no fim de cada
atividade, fazer uma análise das produções, que funcionam como um retrato da
aprendizagem até aquele ponto. O conjunto delas pode revelar os avanços e os
problemas enfrentados por cada um. Da mesma maneira, o produto final, em suas
sucessivas versões, também mostra o percurso pelo qual o aluno passou.
O professor deve ter um instrumento direto e claro
para essa avaliação, que pode ser feita por meio de provas, testes,
questionários, observações, trabalhos, entre outros.
Vejamos alguns deles:
2.2 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
Esses
instrumentos de avaliação devem permitir ao professor colher informações sobre
a capacidade de aprendizado dos alunos, medida, em especial, pela competência
dos mesmos para resolver problemas e instrumentalizar o conhecimento para a
tomada de decisões.
Não
existem instrumentos específicos de avaliação capazes de detectar a totalidade
do desenvolvimento e aprendizagem dos alunos. É diante da limitação que cada
instrumento de avaliação comporta que se faz necessário pensar em instrumentos
diversos e mais adequados com suas finalidades, para que deem conta, juntos, da
complexibilidade do processo de aprender.
2.2.1 OBSERVAÇÃO
O ato de
observar é uma característica própria e é através dele que informamos sobre o
contexto em que estamos, para nele nos situarmos de forma satisfatória de
acordo com normas e valores dominantes.
A
observação exige do professor:
Ø Eleger o objeto de investigação (
um aluno, uma dupla, um grupo etc.);
Ø Elaborar objetivos claros
(descobrir dúvidas, avanços etc.);
Ø Estabelecer formas de registros
apropriados ( vídeos, anotações etc.).
Aspectos Negativos: É um instrumento de pouca
utilização de registro e de falta de sistematização, os dados colhidos, muitas
vezes, se perdem ou não são utilizados de forma produtiva para refletirem sobre
a prática pedagógica e o desenvolvimento dos alunos.
Aspectos Positivos: Através da observação, os educadores podem conhecer melhor os alunos, analisar seu desempenho nas atividades em sala de aula e compreender seus avanços e dificuldades. Ao mesmo tempo, os alunos poderão tomar consciência dos processos vividos pelo grupo.
2.2.2 DEBATE
O debate
nos permite nas situações de interação, trocar ideias com as pessoas,
compreender as ideias do outro, relacioná-las e ampliar conhecimentos sobre o
tema ou assunto discutido.
Aspectos positivos: Favorável para que alunos e
professores incorporem conhecimentos, exige que se expressem com suas próprias
palavras, exemplifiquem e estabeleçam relações com outros conhecimentos, pois o
aluno expõe à turma sua forma de compreender o tema em questão.
2.2.3 TRABALHO EM GRUPO
É todo
tipo de produção realizada em parceria pelos alunos, sempre orientadas pelo
professor.
Aspectos positivos: Estimula os alunos à cooperação
e realização de ações conjuntas, propiciam um espaço para compartilhar,
confrontar e negociar ideias. É necessário que haja uma dinâmica interna das
relações sociais, mediada pelo conhecimento, potencializado por uma situação
problematizadora, que leve o grupo a colher informações, explicar suas ideias,
saber expressar seus argumentos.
Permite um conhecimento maior sobre as possibilidades de verbalização e ação dos alunos em relação às atividades propostas.
É necessário considerar as condições de produção em que se derão: o tempo de realização, o nível de envolvimento e de compromisso dos alunos, os tipos de orientações dadas, as fontes de informação e recursos materiais utilizados.
2.2.4 SEMINÁRIO
É a
exposição oral que permite a comunicação das informações pesquisadas de forma
eficaz, utilizando material de apoio adequado.
Aspectos Positivos: Contribui para a aprendizagem
tanto do ouvinte como do expositor, pois exige desta pesquisa, planejamento e
organização das informações, além de desenvolver a capacidade de expressão em
público.
Aspectos Negativos: Às vezes, alguns professores utilizam de comparações nas apresentações entre o inibido e o desinibido.
Aspectos Negativos: Às vezes, alguns professores utilizam de comparações nas apresentações entre o inibido e o desinibido.
2.2.5. PROVA DISSERTATIVA
Caracteriza
– se por apresentar uma série de perguntas (ou problemas, ou temas, no caso da
redação), que exijam capacidade de estabelecer relações, de resumir, analisar e
julgar.
Aspectos Positivos: Avalia a capacidade de analisar
um problema central, abstrair fatos, formular ideias e redigi-las: permite que
o aluno exponha seus pensamentos, mostrando habilidades organização,
interpretação e expressão.
2.2.6 PROVA COM CONSULTA
Apresenta
características semelhantes às provas dissertativas, diferenciando – se pelo
fato de o aluno pode consultar livros ou apontamentos para responder.
Aspectos Positivos: Se bem elaborada, pode permitir que o aluno demonstre não apenas o seu conhecimento sobre o conteúdo objeto da avaliação, mas ainda, a sua capacidade de pesquisa, de buscar a resposta correta e relevante.
2.2.7 PROVA OBJETIVA
Aspectos Positivos: Se bem elaborada, pode permitir que o aluno demonstre não apenas o seu conhecimento sobre o conteúdo objeto da avaliação, mas ainda, a sua capacidade de pesquisa, de buscar a resposta correta e relevante.
2.2.7 PROVA OBJETIVA
Caracteriza
–se uma série de perguntas diretas para respostas curtas, com apenas uma
solução possível ou em que o aluno tenha que avaliar proposições, julgando –as
verdadeiras ou falsas.
Aspectos Negativos: Favorece a memorização e sua
análise não permite constatar, com boa margem de acerto, quanto o aluno
adquiriu em termos de conhecimento.
2.2.8 PROVA ORAL
2.2.8 PROVA ORAL
Situação
em que os alunos, expõem individualmente seus pontos de vista sobre pontos do
conteúdo ou resolvem problemas em contato direto com o professor. Bastante útil
para desenvolver a oralidade e a habilidade de argumentação.
Seguindo, os projetos possibilitam ainda uma
avaliação do trabalho do professor e indicam em que pontos sua condução precisa
ser ajustada. Um meio de fazer isso é pensar nos objetivos de ensino e nas
condições didáticas oferecidas. A análise das produções realizadas e das
respostas dadas pelos estudantes no desenvolvimento do projeto também pode ser
vista sob a ótica do ensino. Algumas questões que norteiam as análises:
Ø A forma de conduzir o trabalho
foi adequada?
Ø Foram feitas intervenções sempre
que necessário?
Ø As atividades responderam ao
objetivo de cada etapa? Os materiais usados foram adequados?
Ø O tempo previsto foi suficiente?
Esse tipo de reflexão tem uma importância formativa
única para o professor e pode impactar positivamente a prática cotidiana.
2.3 DO PROJETO
Quando precisamos
avaliar um trabalho didático, independentemente de nossas preferências
teóricas, os critérios que utilizamos têm, em geral, alguma convergência.
Ø Qual a fundamentação
do trabalho?
Ø Há uma descrição
detalhada do problema a ser resolvido?
Ø O novo conhecimento
produzido está em evidência?
Ø
Os
objetivos estão claros e são coerentes com o problema apresentado?
Ø Sua localização no
âmbito da produção bibliográfica é clara?
Ø
A
fundamentação teórica é coerente e adequada com o problema proposto?
Ø A metodologia
utilizada é confiável?
Ø A análise dos dados
é rigorosa?
Ø
O
texto é claro, objetivo e usa linguagem correta?
3.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Riscos do projeto
são circunstâncias ou eventos que existem externamente e fora do controle do
time do projeto, que tem um impacto adverso no projeto ou na qualidade de suas deliverables (em outras palavras, risco
é um problema potencial e futuro que ainda não ocorreu). Todos os projetos
contêm alguns riscos. Riscos podem não ser eliminados totalmente, porém podem
ser antecipados e gerenciados, reduzindo assim sua probabilidade de ocorrer.
Meta
|
Risco
|
Probabilidade de
ocorrência
(Baixa/Média/Alta)
|
Estratégia de
superação
|
|
Risco 1
|
|
|
|
Risco 2
|
|
Plano de Atividade
para Risco 2
|
|
Risco 3 etc.
|
|
Plano de Atividade
para Risco 3 etc.
|
4. CRONOGRAMA
Item geralmente obrigatório nos projetos, o
cronograma é o planejamento temporal das atividades de pesquisa. Elemento
visualmente simples, o cronograma deve informar "quando" cada etapa
da pesquisa será desenvolvida.
O cronograma é importante não só para demonstrar a
exequibilidade do projeto apresentado a uma instituição de ensino ou mesmo
agência financiadora de pesquisa, mas também para planejamento do próprio
pesquisador. Permite que ele planeje quanto tempo será gasto nas atividades de
obtenção dos dados e escrita do texto, evitando atrasos ou imprevistos.
Considerando que o projeto consiste no planejamento
de algo que ainda será realizado, o cronograma deverá registar as atividades que
serão feitas futuramente e não as que foram desenvolvidas durante a elaboração
do projeto.
A divisão dos períodos varia em dias,
semanas, quinzenas, meses, bimestres etc.,
enfim de acordo com os critérios estabelecidos.
EXEMPLOS DE CRONOGRAMAS


http://www.mecatronica.eesc.usp.br/wiki/index.php?title=Paper:Relat%C3%B3rio_FAPESP_Usina&printable=yes
5. CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
Segundo a
Associação Brasileira de Normas Técnicas citação é a "menção no texto de
uma informação extraída de outra fonte". Pode ser uma citação direta,
citação indireta ou citação de citação, de fonte escrita ou oral. A
NBR10520:2001 define os parâmetros para a apresentação de citações em documentos.
Referência ê o
conjunto de elementos que permitem a identificação, no todo ou em parte, de
documentos impressos ou registrados em diversos tipos de materiais. A
Associação Brasileira de Normas Técnicas na NBR6023:2000: "fixa a ordem
dos elementos das referências e estabelece
convenções para transcrição e
apresentação de in- formação originada do documento e/ou outras fontes
de informação".
Citações:
Referências
https://www.youtube.com/watch?v=nfSDPJqW7d0
6. ANEXO E
APÊNDICE
Apêndices
e Anexos são materiais complementares ao texto que só devem ser incluídos
quando forem imprescindíveis à compreensão deste.
Segundo a NBR14724 de dezembro de
2005, a diferença primordial entre Anexo e Apêndice é que o Anexo é um
documento não elaborado pelo autor da pesquisa, como mapas, leis, estatutos, e
o Apêndice é um texto ou documento elaboardo pelo autor, ou seja, se foi
necessário criar-se uma entrevista, um reçatório ou qualquer outro documento com o escope de complementar a
argumentação, deve-se utilizar o termo Apêndice e não Anexo.
Os
apêndices devem aparecer após as referências, e os anexos, após os apêndices, e
ambos devem constar no sumário.
Lista de Anexos e
Apêndices
https://www.youtube.com/watch?v=bvG5IQbtJP8
Vamos resumir o que
foi dito até aqui:
Na Introdução (Introdução, objetivos e justificativa): a. O que se
sabe sobre o tema? Qual a importância do tema? Como este se relaciona com
outros temas? b. Qual a hipótese que serviu de base para o trabalho? ou seja,
partindo de pressupostos, o que estamos querendo demonstrar ou explicar? c.
Qual a contribuição deste trabalho para a comunidade? Como esta hipótese avança
o conhecimento?
No Desenvolvimento: a. Qual a fundamentação teórica
desta pesquisa? b. Gomo este trabalho ou foi desenvolvido? Quais os materiais
necessários? Como foram utilizados estes materiais (procedimentos
metodol6gicos)? c. Quais os resultados obtidos? (Os resultados podem ser expressos
de formas diversas desde que se considere a melhor compreensão pelo leitor). Há
diferenças significativas entre os resultados obtidos e os relatos anteriores?
d. Que explicações anteriores podem ser refutadas, confirmadas elou ampliadas
pelo trabalho apresentado? e. Qual o poder de generalidade dos resultados?
Na
Conclusão: a. Como os resultados produzidos corroboram a hipótese apresentada? b. Os
experimentos conduzidos foram propostos de forma a poder refutar a hipótese de
base? c. O que, afinal, foi produzido corno corpo de conhecimento? d. Os
objetivos propostos foram alcançados? Se não, quais limitações impossibilitaram
o atendimento dos objetivos? e. Há propostas ou sugestões para problemas
relacionados ao tema?
Prezado Professor,
Terminamos aqui as nossas etapas para
a elaboração de um projeto didático. Na próxima aula, apresentaremos
recomendações para a elaboração de um relatório do projeto; e de artigo para
publicação. Entretanto, antes disso temos algumas considerações a fazer:
“Eu sei que você
acredita que entendeu o que você pensa que eu disse, mas eu não estou certo de
que você compreendeu que o que você ouviu não é o que eu quis dizer” (Autor
anônimo)
Assim,
“Se algo pode dar errado, dará errado.” (Lei de Murphy para a gestão de riscos).
Por isso, seja
claro e direto quanto às suas intenções. Lembre-se de que não estamos lidando
com “O que você quis dizer”, mas com “O que você disse”. Se isso não ocorrer,
isto pode acontecer:

https://www.oficinadanet.com.br/post/14641-por-onde-comecar-um-projeto
Por conseguinte,
tenha em mente esta lição de gerenciamento:

http://jorgenca.blogspot.com.br/2012/06/ferramentas-da-administracao.html
Nunca
perca as esperanças:
https://www.youtube.com/watch?v=yQ7IM9KhJgg
SÍNTESE DA AULA
Nesta
aula, você:
Ø Identificou os
elementos de um projeto didático;
Ø Conceituou avaliação
e seus tipos;
Ø Elaborou uma
avaliação de riscos e um cronograma;
Ø Elaborou citações e
referências;
Ø Conceituou e
diferençou anexo e apêndice.
O QUE VEM NA PRÓXIMA AULA
Ø
Apresentar a normas da ABNT usadas na elaboração de
relatórios e artigos;
Ø
Apresentar recomendações para a redação de relatórios e
artigos.
Ø
Identificar os diversos tipos de artigos;
Ø Identificar os
passos para a elaboração de um resumo.
QUESTÃO 1: Este instrumento
de avaliação “... nos
permite nas situações de interação, trocar ideias com as pessoas, compreender
as ideias do outro, relacioná-las e ampliar conhecimentos sobre o tema ou
assunto discutido.”
a)
trabalho em grupo
b)
observação
c)
debate
d)
seminário
e)
prova oral
GABARITO: C
QUESTÃO 2: Assinale a
alternativa CORRETA:
a) Apêndices e Anexos são
materiais que devem sempre ser incluídos no trabalho.
b) Os recursos representam as pessoas, os equipamentos
ou o material utilizados para executar um projeto ou uma tarefa. Exemplos de
recursos são computador e Funcionário.
b) Os recursos em massa são recursos em que uma
instância específica é necessária.
c) Os recursos individuais podem representam o
material utilizado para executar um projeto ou tarefa.
d)Os recursos podem ser consumíveis
(como funcionários, veículos ou equipamento) ou não consumíveis (como
combustível ou papel de impressora).
e)
O cronograma é um item
geralmente facultativo nos projetos.
GABARITO: B
QUESTÃO 3: Assinale a
alternativa em que a referência está CORRETA:
a)
Livro no todo - SOBRENOME,
PRENOME abreviado. Título: subtítulo (se houver). Edição (se houver). Local de
publicação: Editora, data de publicação da obra. (Coleção ou série). Nº de
páginas ou volume.
b)
Dicionário - SOBRENOME, PRENOME
abreviado Título do dicionário: subtítulo (se houver). Edição (se
houver). Local de publicação: Data da publicação, editora.
c)
Manual - SOBRENOME, PRENOME
abreviado do autor do manual. Título do manual: subtítulo (se houver).
Tradutor (se houver). Local de publicação: Editora, data de publicação,
total de páginas.
d)
Documentos
em meio eletrônico - Quando se
tratar de obras consultadas online,
são essenciais as informações sobre o endereço eletrônico, apresentado entre os
sinais “ “, precedido da expressão
Disponível em: e a data de acesso do documento, precedido da expressão Acesso
em:
e) Artigo publicado em periódico eletrônico - SOBRENOME, PRENOME(s) abreviado.
Título: subtítulo (se houver). Nome do periódico, local de publicação,
volume, número ou fascículo, mês(s) abreviado. ano. Data de acesso. <endereço
da URL>.
GABARITO: C
QUESTÃO 4: Assinale a
alternativa INCORRETA quanto a
citações:
a) A citação da citação ocorre quando se utiliza
uma citação que consta no documento que você está lendo.
b) A citação direta é a cópia literal de um trecho. As
transcrições de até três linhas devem estar contidas entre aspas duplas. As
aspas simples são utilizadas para indicar uma citação no interior da citação.
c)
A indicação da fonte é por números romanos em ordem consecutiva entre
parênteses
d)
A citação indireta apresenta a ideia de outros autores utilizando suas próprias
palavras (é opcional indicar página neste caso).
e)
As transcrições de texto com mais de três linhas devem ser destacadas com recuo
de 4cm da margem esquerda, com caractere menor que o do texto, sem aspas e com
espaçamento simples entre linhas.
GABARITO: C
QUESTÃO 5: Este instrumento de
avaliação “caracteriza–se
por apresentar uma série de perguntas (ou problemas, ou temas, no caso da
redação), que exijam capacidade de estabelecer relações, de resumir, analisar e
julgar.”
a)
prova objetiva
b)
prova dissertativa
c)
prova oral
d)
prova objetiva
e)
seminário
GABARITO: B
Ensinando com Projetos
Professora Bianca Della Nina
Aula 5 – Relatório e Artigo
APRESENTAÇÃO
Publicações
periódicas são publicações que aparecem em
intervalos regulares, com conteúdos e autores variados que
registram conhecimento atualizados e garantem aos autores prioridade
intelectual nos resultados de pesquisa.
Para Herschman (1970), a importância do periódico no
sistema de comunicação na ciência deve-se a três funções básicas: a) função
memória; b) função de disseminação; c) função social. A função memória lhe é
conferida quando representa o instrumento de registro oficial e público da
ciência; a função de disseminação quando se constitui em instrumento de difusão
de informações; e a função social quando confere prestígio e recompensa
aos autores, membros de comitês editoriais e editores.
aos autores, membros de comitês editoriais e editores.
Para escrever artigos e submetê-lo à apreciação de
comitês editorais de periódicos (revistas), é preciso conhecer as normas de
editoração de cada periódico / revista.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (1994) por meio
da NBR 6022 (NB61) – Apresentação de Artigos de Periódicos - "fixa as
condições exigíveis para a apresentação dos elementos que constituem o
artigo". Para facilitar sua vida acadêmica nesta hora, seguir as
recomendações da ABNT é um bom começo; isso porque os periódicos/revistas
seguem em linhas gerais essas orientações.
Por sua vez, o relatório
é o relato detalhado de um experimento científico, seja este realizado em
laboratório ou através de simulação computacional. Uma atividade prática de uma
disciplina experimental culmina com a elaboração do relatório, conferindo a
este, portanto, o papel de ser parte do experimento. O relatório tem como um de
seus principais objetivos informar com exatidão e clareza como o experimento
foi realizado.
Vamos ver a seguir
como escrever relatórios e artigos de forma clara, objetiva e direta.
OBJETIVOS DA AULA
Ø
Apresentar a normas da ABNT usadas na elaboração de
relatórios e artigos;
Ø
Apresentar recomendações para a redação de relatórios e
artigos.
Ø
Identificar os diversos tipos de artigos;
Ø Identificar os
passos para a elaboração de um resumo.
SAIBA MAIS
ASSOCIACÃO
BRASILEIRA DE NORMAS' TÉCNICAS. NBR6023:2000. Informação e documentação
- referências - elaboração. Rio de Janeiro.
ASSOCIACÃO BRASILEIRA DE NORMAS' TÉCNICAS. NBR10520:
2001. Informação e documentação – apresentação de citações em documentos. Rio
de Janeiro.
MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração
de monografias e dissertações. São Paulo: Atlas, 1994.
BRAD, Hill. Pesquisa na internet. Rio de Janeiro:
Campus , 1999
AZEVEDO, Israel
Belo de. O prazer da produção científica: diretrizes
para a elaboração de trabalhos acadêmicos. Piracicaba: Ed. da UNIMEP, 1998.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR6024:1989. Numeração progressiva das seções de um documento. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS· TÉCNICAS. NBR6022:1994. Apresentação de artigos em publicações periódicas. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR6028:1990. Resumos. Rio de
Janeiro.
HERSCHMAN,
A. The primary journal; past , present
and future. Journal of Chemical
Documentation, v.10, n.1, p.37-42,
1970.
SILVA, Edna Lúcia da
Silva e MENEZES, Estera Muszhat. Metodologia
da pesquisa e elaboração de dissertação. Universidade Federal de Santa
Catarina. Florianópolis, 2001.
ATIVIDADES
1.
Faça
uma pesquisa e descubra a diferença entre relatório e artigo.
2.
Técnico-científicos; de
viagem; de estágio;
de visita; administrativos são tipos de relatório ou de artigo?
GABARITO:
1. Relatório é um conjunto
de informações, escrito sob uma forma padronizada, utilizado para relatar
resultados totais ou parciais acerca de um determinado evento. Deve conter,
geralmente, as seguintes informações: nomes dos autores, do orientador e da
instituição, informações de contato, local e data, sumário, introdução,
desenvolvimento e conclusão.
O
Artigo, por sua vez, é uma síntese do relatório produzido. É escrito sob um
modelo padronizado a fim de ser analisado para posterior publicação ou
apresentação em seminários. Deve apresentar o resultado final do evento, que
pode ser diferente do resultado que era esperado.
2.
São tipos de relatório.
1. RELATÓRIO
1.1 CONCEITO DE
RELATÓRIO
É a exposição escrita na qual se descrevem fatos verificados mediante
pesquisas ou se historia a execução de serviços ou de experiências. É
geralmente acompanhado de documentos demonstrativos, tais como tabelas,
gráficos, estatísticas e outros.
1.2 OBJETIVOS
De um modo
geral, podemos dizer que os relatórios são escritos com os objetivos:
Ø
Divulgar os dados técnicos obtidos e
analisados;
Ø
Registrá-los em caráter permanente.
1.3 TIPOS DE
RELATÓRIOS
Os
relatórios podem ser dos seguintes tipos:
Ø
técnico-científicos;
Ø
de viagem;
Ø
de estágio;
Ø
de visita;
Ø
administrativos;
Ø
e fins especiais.
1.4 RELATÓRIO
TÉCNICO-CIENTÍFICO
É o
documento original pelo qual se faz a difusão da informação corrente, sendo
ainda o registro permanente da informações obtidas. É elaborado principalmente
para descrever experiências, investigações, processos, métodos e análises.
1.5 FASE DE UM
RELATÓRIO
Geralmente
a elaboração do relatório passa pelas seguintes fases:
a)
plano
inicial: determinação da origem, preparação do
relatório e do programa de seu desenvolvimento;
b)
coleta e
organização do material: durante a
execução do trabalho, é feita a coleta, a ordenação e o armazenamento do
material necessário ao desenvolvimento do relatório.
c)
redação:
recomenda-se uma revisão crítica do relatório, considerando-se os seguintes
aspectos: redação (conteúdo e estilo), sequência das informações, apresentação
gráfica e física.
1.6 ESTRUTURA DO RELATÓRIO
TÉCNICO-CIENTÍFICO
Os
relatórios técnico-científicos constituem-se dos seguintes elementos:
1.6.1 Capa
Deve conter
os seguintes elementos:
·
Nome da organização responsável, com
subordinação até o nível da autoria;
·
Título;
·
Subtítulo se houver;
·
Local;
·
Ano de publicação, em algarismo arábico.
1.6.2 Falsa folha de
rosto
Precede a
folha de rosto. Deve conter apenas o título do relatório.
1.6.3 Verso da falsa
folha de rosto
Nesta folha
elabora-se padronizadamente, a "Ficha catalógráfica" (solicite
auxílio ao Bibliotecário da sua área,
para a confecção da mesma).
1.6.4 Errata
Lista de
erros tipográficos ou de outra natureza, com as devidas correções e indicação
das páginas e linhas em que aparecem. É geralmente impressa em papel avulso ou
encartado, que se anexa ao relatório depois de impresso.
1.6.5 Folha de rosto
É a fonte
principal de identificação do relatório, devendo conter os seguintes elementos:
a) nome da
organização responsável, com subordinação até o nível de autoria;
b) título;
c)
subtítulo, se houver;
d) nome do responsável
pela elaboração do relatório;
e) local;
f) ano da
publicação em algarismos arábicos
1.6.6 Sumário
Denominado Contents em inglês, Table des Metières em francês, Contenido em espanhol, é a
relação dos capítulos e seções no trabalho, na ordem em que aparecem. Não deve
ser confundido com:
a) índice: relação detalhada dos
assuntos, nomes de pessoas, nomes geográficos e outros, geralmente em ordem
alfabético;
b) resumo: apresentação concisa do
texto, destacando os aspectos de maior interesse e importância;
c) listas: é a enumeração de
apresentação de dados e informação (gráficos, mapas, tabelas) utilizados no
trabalho.
1.6.7 Listas de tabelas, ilustrações, abreviaturas,
siglas e símbolos
Listas de
tabelas e listas de ilustrações são as relações das tabelas e ilustrações na
ordem em que aparecem no texto. As listas têm apresentação similar a do
sumário. Quando pouco extensas, as listas podem figurar sequencialmente na
mesma página.
1.6.8 Resumo
Denominado Resumé em francês, Abstracts em inglês, Resumen em espanhol, é a
apresentação concisa do texto, destacando os aspectos de maior importância e
interesse. Não deve ser confundido com Sumário, que é uma lista dos capítulos e seções. No
sumário, o conteúdo é descrito pôr títulos e subtítulos, enquanto no resumo, que é uma síntese, o
conteúdo é apresentado em forma de texto reduzido.
1.6.9 Texto
Parte do
relatório em que o assunto é apresentado e desenvolvido. Conforme sua
finalidade, o relatório é estruturado de maneira distinta.
O texto dos
relatórios técnico-científicos
contém as seguintes seções fundamentais:
a) introdução: parte em que o
assunto é apresentado como um todo, sem detalhes.
b) desenvolvimento: parte mais
extensa e visa a comunicar os resultados obtidos.
c) resultados e conclusões: consistem na
recapitulação sintética dos resultados obtidos, ressaltando o alcance e as consequências
do estudo.
d) recomendações: contêm as ações
a serem adotadas, as modificações a serem feitas, os acréscimos ou supressões
de etapas nas atividades.
1.6.10 Anexo e
Apêndice
Como
visto na aula 4, Apêndices e Anexos são materiais
complementares ao texto que só devem ser incluídos quando forem imprescindíveis
à compreensão deste.
Segundo a NBR14724 de dezembro de
2005, a diferença primordial entre Anexo e Apêndice é que o Anexo é um
documento não elaborado pelo autor da pesquisa, como mapas, leis, estatutos, e
o Apêndice é um texto ou documento elaboardo pelo autor, ou seja, se foi
necessário criar-se uma entrevista, um reçatório ou qualquer outro documento com o escope de complementar a
argumentação, deve-se utilizar o termo Apêndice e não Anexo.
Os
apêndices devem aparecer após as referências, e os anexos, após os apêndices, e
ambos devem constar no sumário.
1.6.11 Referências bibliográficas
São a
relação das fontes bibliográficas utilizadas pelo autor. Todas as obras citadas
no texto deverão obrigatoriamente figurar nas referências bibliográficas.
A
padronização das referências é seguida de acordo com a NBR-6023/ago.1989 da ABNT - Associação Brasileira de Normas
Técnicas. Algumas pessoas utilizam as normas americanas da APA
- American Psychological Association, diferenciando-se uma da outra em
alguns aspectos da estruturação.
Acesse
para saber mais:
https://www.youtube.com/watch?v=osLKeHIVll8
http://ocw.usal.es/ciencias-sociales-1/fuentes-de-informacion/contenidos/APA2002_manual_novembro_2002.pdf
1.7 APRESENTAÇÃO
GRÁFICA
Modo de
organização física e visual de um trabalho, levando-se em consideração, entre
outros aspectos, estrutura, formatos, uso de tipos e paginação.
1.8 NEGRITO, GRIFO
OU ITÁLICO
São
empregados para:
a) palavras
e frases em língua estrangeira;
b) títulos
de livros e periódicos;
c)
expressões de referência como ver, vide;
d) letras
ou palavras que mereçam destaque ou ênfase, quando não seja possível dar esse
realce pela redação;
e) nomes de
espécies em botânica, zoologia (nesse caso não se usa negrito);
f) os títulos de capítulos (nesse caso não se usa itálico).
f) os títulos de capítulos (nesse caso não se usa itálico).
1.9 MEDIDAS DE
FORMATAÇÃO DO RELATÓRIO
·
Margem superior:............ 2,5 cm
·
Margem inferior:.............. 2,5 cm
·
Margem direita:............... 2,5 cm
·
Margem esquerda:............3,5 cm
·
Entre linhas (espaço):........1,5 cm
·
Tipo de letra..................... Times New
Roman ou Arial
·
Tamanho de fonte:............12
·
Formato de papel:.............A4 (210 X 297
mm)
2. ARTIGO
Artigo, segundo a Associação Brasileira de Normas
Técnicas (1994), é um "texto com autoria declarada, que apresenta e
discute ideias, métodos, processos, técnicas e resultados nas diversas áreas do
conhecimento".
2.1 TIPOS DE
ARTIGOS
A ABNT reconhece
dois tipos de artigos:
Ø
artigo original: quando apresenta temas ou
abordagens próprias. Geralmente relata resultados de pesquisa e é chamado em
alguns periódicos de artigo científico .
Ø
artigo de revisão: quando resume, analisa e discute
informações já publicadas. Geralmente é resultado de pesquisa bibliográfica.
2.2 Elementos
pré-textuais
Título: o artigo dever
ter um título que expresse seu conteúdo.
Autoria: o artigo deve indicar o(s) nome(s) do(s) autor(es) acompanhado de suas qualificações na área de conhecimento do
artigo.
Resumo: parágrafo que
sintetiza os objetivos do autor ao escrever o texto, a metodologia e as
conclusões alcançadas. Para elaborar o resumo, veja a NBR 6028(NB88) da ABNT.
Palavras-chave: termos
escolhidos para indicar o conteúdo do
artigo. Pode ser usado vocabulário livre ou controlado.
artigo. Pode ser usado vocabulário livre ou controlado.
2.2 Elementos
textuais
2.2.1 Texto: composto
basicamente de três partes: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão. Se for
divido em Seções, deverá seguir o Sistema de Numeração Progressiva (NBR
6024:2012 da ABNT).
a) A Introdução expõe justificativa e
importância do tema, apresentação do problema e objetivos e a estrutura do
trabalho. É o último elemento a ser escrito. Geralmente não
ultrapassa uma página.
b) Desenvolvimento mostra os
tópicos abordados para atingir objetivo proposto. Nos artigos originais, quando relatam resultados de pesquisa, o desenvolvimento
mostra a análise e a discussão dos resultados. É composto de:
a) Discussão
teórica (o
tema ou o problema tratado é significativo? Por quê? O que o autor pretende
demonstrar? Qual é o seu ponto de vista sobre o tema abordado? Qual é a base
teórica (principais autores citados, teoria(s) mencionada(s), conceitos
explicitados? Quais os autores com quem dialoga (nega, refuta, confirma)?
b)
Metodologia (descrição dos caminhos da pesquisa, tipo de
pesquisa empregada, descrição e análise dos dados)
c)
A Conclusão sintetiza os resultados obtidos e
destaca a reflexão conclusiva do autor.
São considerados
elementos de apoio ao texto notas, citações, quadros, fórmulas e ilustrações.
As citações devem ser apresentadas de acordo com a NBR1 0520:2001 da ABNT.
Citações
Para
saber mais, acesse:
https://www.youtube.com/watch?v=3MfZI6P3B3c
2.3 Elementos pós-textuais
Apêndice: documento que complementa o artigo.
Anexo: documento que
serve de ilustração, comprovação ou fundamentação.
Tradução do
Resumo: apresentação do resumo, precedido do título, em língua diferente daquela na
qual foi escrito o artigo.
Nota Editorial: currículo do
autor, endereço para contato, agradecimentos e data de entrega dos originais.
3. RESUMO
É uma apresentação
concisa dos pontos relevantes de um documento.
3.1 TIPOS DE RESUMO:
3.1.1 resumo
crítico:
Resumo redigido por especialistas com análise crítica de um documento. Também
chamado de resenha. Quando analisa apenas uma determinada edição entre várias,
denomina-se recensão.
3.1.2 resumo
indicativo:
Indica apenas os pontos principais do documento, não apresentando dados
qualitativos, quantitativos etc. De modo geral, não dispensa a consulta ao
original.
3.1.3 resumo
informativo:
Informa ao leitor finalidades, metodologia, resultados e conclusões do
documento, de tal forma que este possa, inclusive, dispensar a consulta ao
original.
3.2 REGRAS GERAIS DE
APRESENTAÇÃO
3.2.1
o resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do
documento.
3.2.2
a ordem e a extensão destes itens dependem do tipo de resumo (informativo ou
indicativo) e do tratamento que cada item recebe no documento original.
3.2.3
o resumo deve ser precedido da referência do documento, com exceção do resumo
inserido no próprio documento.
3.2.4
o resumo deve ser composto de uma sequência de frases concisas, afirmativas e
não de enumeração de tópicos. Recomenda-se
o uso de parágrafo único.
3.2.5
a primeira frase deve ser significativa, explicando o tema principal do
documento. A seguir, deve-se indicar a informação sobre a categoria do
tratamento (memória, estudo de caso, análise da situação etc.).
3.2.6
deve-se usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular.
3.2.7
as palavras-chave devem figurar logo abaixo do resumo, antecedidas da expressão
Palavras-chave:, separadas entre si por ponto e finalizadas também por ponto.
3.2.8
devem-se evitar: a) símbolos e contrações que não sejam de uso corrente; b)
fórmulas, equações, diagramas etc., que não sejam absolutamente necessários;
quando seu emprego for imprescindível, defini-los na primeira vez que
aparecerem.
3.2.9
quanto à sua extensão os resumos devem ter:
a)
de 150 a 500 palavras os de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros)
e relatórios técnico-científicos;
b)
de 100 a 250 palavras os de artigos de periódicos;
c)
de 50 a 100 palavras os destinados a indicações breves. Os resumos críticos,
por suas características especiais, não estão sujeitos a limite de palavras.
Os seguintes passos
podem ser recomendados:
1.
Leia o texto inteiro ininterruptamente e tente responder à seguinte pergunta:
De que se trata o texto? E preciso compreender o texto e ter uma noção do
conjunto antes de fazer o resumo.
2.
Releia o texto e tente compreender melhor o significado das palavras difíceis,
Recorra ao dicionário, se necessário. Tente identificar o sentido de frases
mais complexas. Você pode fazer um glossário do texto para facilitar seu
trabalho e agilizar sua leitura.
3.
Tente fazer uma segmentação do texto, agrupando ideias que tenham alguma
unidade de significação. Se o texto for pequeno, pode dividi-lo em parágrafos;
com textos maiores é aconselhável adotar um critério de segmentação mais
funcional, a partir de subtítulos por exemplo.
4.
Para finalizar, redija o resumo com suas palavras, procurando condensar e
encadear os segmentos na progressão em que sucedem no texto e estabelecendo
relações entre eles.
Atenção:
quando o resumo se refere a uma obra completa, é chamado de sinopse.
4. SISTEMA DE NUMERAÇÃO PROGRESSIVA DAS SEÇÕES
DE DOCUMENTOS ESCRITOS
4.1 ALGUMAS DEFINIÇÕES
a)
alínea: Cada uma das subdivisões de
um documento, indicada por uma letra minúscula e seguida de parênteses.
b)
subalínea: Subdivisão de uma alínea.
c)
indicativo de seção: Número ou grupo
numérico que antecede cada seção do documento.
d)
seção: Parte em que se divide o
texto de um documento, que contém as matérias consideradas afins na exposição
ordenada do assunto.
e)
seção
primária: Principal divisão do texto de um documento.
f)
seção secundária, terciária,
quaternária, quinária: Divisão do texto de uma seção primária, secundária,
terciária, quaternária, respectivamente.
4.2 REGRAS GERAIS DE APRESENTAÇÃO
4.2.1 SEÇÕES
4.2.1.1 o indicativo
de seção é alinhado na margem esquerda, precedendo o título, dele separado por
um espaço;
4.2.1.2 deve-se
limitar a numeração progressiva até a seção quinária;
4.2.1.3 o indicativo
das seções primárias deve ser grafado em números inteiros a partir de 1;
4.2.1.4 o indicativo
de uma seção secundária é constituído pelo indicativo da seção primária a que
pertence, seguido do número que lhe for atribuído na sequência do assunto e
separado por ponto. Repete-se o mesmo processo em relação às demais seções;
Exemplo:
Seção primária
|
Seção secundária
|
Seção terciária
|
Seção quaternária
|
Seção quinária
|
1
|
1.1
1.2
1.3
|
1.1.1
1.1.2
1.1.3
|
1.1.1.1
1.1.1.2
1.1.1.3
|
1.1.1.1.1
1.1.1.1.2
1.1.1.1.3
|
2
|
2.1
2.2
2.3
|
2.1.1
2.1.2
2.1.3
|
2.1.1.1
2.1.1.2
2.1.1.3
|
2.1.1.1.1
2.1.1.1.2
2.1.1.1.3
|
3
|
3.1
3.2
3.3
|
3.1.1
3.1.2
3.1.3
|
3.1.1.1
3.1.1.2
3.1.1.3
|
3.1.1.1.1
3.1.1.1.2
3.1.1.1.3
|
NOTA - Na leitura oral
não se pronunciam os pontos. Exemplo: em 2.1.1, lê-se dois um um.
4.2.1.5 não se utilizam ponto, hífen, travessão, parêntese
ou qualquer sinal após o indicativo de seção ou de seu título;
4.2.1.6 destacam-se gradativamente os títulos das
seções, utilizando os recursos de negrito, itálico ou grifo e redondo, caixa
alta ou versal e outro. O título das seções (primárias, secundárias etc.) deve
ser colocado após sua numeração, dele separado por um espaço. O texto deve
iniciar-se em outra linha.
4.2.1.7 devem ser
utilizados algarismos arábicos na numeração;
4.2.1.8 todas as
seções devem conter um texto relacionado a elas.
4.2.1.9 errata,
agradecimentos, lista de ilustrações, lista de abreviaturas e siglas, lista de
símbolos, resumos, sumário, referências, glossário, apêndice, anexo e índice
devem ser centralizados e não numerados, com o mesmo destaque tipográfico das
seções primárias.
4.2.2 ALÍNEA
4.2.2.1
quando for necessário enumerar os diversos assuntos de uma seção que não possuam
título, esta deve ser subdividida em alíneas.
4.2.2.2
quando as alíneas forem cumulativas ou alternativas, pode ser acrescentado,
após a penúltima, e/ou conforme o caso. As alíneas, exceto a última, terminam
em ponto-e-vírgula.
4.2.2.3
a disposição gráfica das alíneas obedece
às seguintes regras:
a)
o trecho final do texto correspondente, anterior às alíneas, termina em dois
pontos;
b)
as alíneas são ordenadas alfabeticamente em letra minúscula, seguida de
parêntese. Utilizam-se letras dobradas quando esgotadas as letras do alfabeto;
c)
as letras indicativas das alíneas são reentradas em relação à margem esquerda;
d)
o texto da alínea começa por letra minúscula e termina em ponto-e-vírgula,
exceto a última que termina em ponto; e, nos casos em que se seguem subalíneas,
estas terminam em vírgula;
e)
a segunda e as seguintes linhas do texto da alínea começam sob a primeira letra
do texto da própria alínea.
4.2.3 SUBALÍNEA
4.2.3.1 quando a
exposição da ideia assim o exigir, a alínea pode ser subdividida em subalíneas;
4.2.3.2 as
subalíneas devem começar por um travessão seguido de um espaço;
4.2.3.3 as
subalíneas devem apresentar recuo em relação à alínea;
4.2.3.4 o texto da
subalínea deve começar por letra minúscula e terminar em ponto-e-vírgula. A
última subalínea deve terminar em ponto final se não houver alínea subsequente.
4.2.3.5 as linhas
seguintes do texto da subalínea começam sob a primeira letra do próprio texto.
4.2.4 INDICATIVO
Os
indicativos devem ser citados no texto de acordo com os seguintes exemplos:
Exemplo
1: ... na seção 4 ...
Exemplo
2: ...ver 2.2 ...
Exemplo
3: ...em 1.1.2.2, § 3° ou ... 3° parágrafo de 1.1.2.2
Exemplo
4: Na alínea a, da seção 3.2...
Exemplo
5: Na primeira subalínea a, da alínea c...
SÍNTESE DA AULA
Ø
Apresentou a normas da ABNT usadas na elaboração de
relatórios e artigos;
Ø
Apresentou recomendações para a redação de relatórios e
artigos.
Ø
Identificou os diversos tipos de artigos;
Ø Identificou os
passos para a elaboração de um resumo.
QUESTÃO
1: “Relação
detalhada dos assuntos, nomes de pessoas, nomes geográficos e outros,
geralmente em ordem alfabético”. Estamos falando de:
a) listas
b)
resumos
c)
índice
d)
sumário
e)
errata
GABARITO:
C
QUESTÃO 2: Qual
destes elementos NÃO deve constar da folha de
rosto?
a) nome da
organização responsável, com subordinação até o nível de autoria
b) título
c)
subtítulo
d) nome do
responsável pela elaboração do relatório
e) resumo
do texto
GABARITO: E
QUESTÃO 3: Assinale
a alternativa CORRETA quanto a regras gerais de
apresentação de um resumo:
a)
O resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do
documento.
b)
Deve-se usar o verbo na voz passiva e na
terceira pessoa do singular.
c)
As palavras-chave devem figurar logo acima do resumo, antecedidas da expressão
Palavras-chave:, separadas entre si por ponto e finalizadas também por ponto.
d)
Os resumos devem ter de 150 a 200 palavras os de artigos de periódicos.
e)
Os resumos devem ter de 50 a 100 palavras os de trabalhos acadêmicos (teses,
dissertações e outros) e relatórios técnico-científicos.
GABARITO: A
QUESTÃO
4: São elementos pós-textuais,
exceto:
a) Apêndice
b) Anexo
c) Tradução do Resumo
d) Nota Editorial
e) Listas de
tabelas, ilustrações, abreviaturas, siglas e símbolos
GABARITO: E
QUESTÃO
5: Assinale a alternativa CORRETA sobre alínea:
a)
o trecho final do texto correspondente, anterior às alíneas, termina em dois
pontos;
b)
as alíneas são ordenadas alfabeticamente em letra minúscula, seguida de
parêntese. Utilizam-se letras dobradas quando esgotadas as letras do alfabeto;
c)
as letras indicativas das alíneas são reentradas em relação à margem esquerda;
d)
o texto da alínea começa por letra maiúscula e termina em ponto-e-vírgula,
exceto a última que termina em ponto; e, nos casos em que se seguem subalíneas,
estas terminam em vírgula;
e)
a segunda e as seguintes linhas do texto da alínea começam sob a primeira letra
do texto da própria alínea.
GABARITO: D
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